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Mostrando postagens de 2009

A chave é do rei

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Me chamem de brega, de romântica inveterada, mas a noite de Natal terminou com o amor e a paixão do rei Roberto Carlos ;) Eu selecionei alguns trechos lindos e também a letra de uma música que conheci essa semana. Me diga se não é por demais emocionante... "Eu sei que esses detalhes Vão sumir na longa estrada Do tempo que transforma Todo amor em quase nada Mas quase Também é mais um detalhe Um grande amor Não vai morrer assim Por isso De vez em quando você vai Vai lembrar de mim..." (Detalhes) "Vem, que a sede de te amar me faz melhor Eu quero amanhecer ao seu redor Preciso tanto me fazer feliz Vem, que o tempo pode afastar nós dois Não deixe tanta vida pra depois Eu só preciso saber Como vai você?" (Como vai você?) "A mulher que eu amo Tem a pele morena É bonita, é pequena E me ama também A mulher que eu amo Tem tudo que eu quero E até mais do que espero Encontrar em alguém A mulher que eu amo Tem um lindo sorriso É tudo que eu preciso Pra minha alegria A mulh

Feliz Natal

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Não pude, nem poderei, falar com todos os meus amigos hoje. Além de grande o nº de gente querida, alguns estão longe (na França!), outros em outra cidade (Santos :)), outros ainda em outra esfera. Alguns em outra galáxia. Mas, não importa: quero desejar a todos o melhor Natal de suas vidas. Embora eu não seja católica, eu reconheço a beleza da noite natalina. As famílias se reunem, há um espírito de boa vontade e alegria no ar. É uma época de amor mesmo. E um amor maior, é o que parece. A gente sai um pouco da concha daquilo que vivemos o ano inteiro para distribuir votos e sorrisos. Pela cidade toda, eu ouvi hoje "boas festas". Portanto, meus queridos, tenham uma boa festa amanhã. Que os abraços e beijos mais amados sejam dados e que o desejo de uma vida mais feliz seja tão forte que seja lembrado e construído ao longo do ano que chega. Que sejamos corajosos e tenazes na nossa busca e que haja caminho e chegada. Sem chegar, cansamos. Cansados, desistimos. Que cheguemos, port

As lições do amor

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No sábado ouvi uma história de amor rompido. Não foi o caso de um dos dois ter deixado de amar, nem uma traição de qualquer tamanho, que provocou a separação. Foi um tanto de imaturidade mais a coisa da vida que insiste em ensinar desse jeito torto mesmo. E aí, eu fui acompanhando os detalhes do depois, daquilo tudo que se faz quando um aborto desses se dá sem preparo algum. A gente meio que enlouquece, sai procurando pistas da pessoa querida, fuça Orkut, Facebook, Twitter. No caso dos dois da história, ambos seguiam esse rumo, ainda estavam apaixonados. E acabaram descobrindo coisas nada desejadas e enlouqueceram na dor do amor e se magoaram ainda mais. Disseram "fiz por amor" e o outro também, mas o orgulho destrói e eles estão destruindo o que eu assisti tão grande. Chorei por dentro ao ouvir, assim como choro agora. Sempre acho triste um fim, mas finais como esse me machucam ainda mais porque ainda havia (ou há) um sentimento enorme, obrigatoriamente sufocado, latente, do

Escolhas X desistências

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Na sexta-feira passada eu fiz duas escolhas. Quem as julgasse puramente de fora, sem me conhecer, juraria que eu estava desistindo de coisas importantes. Mas não foi isso, não. Não gosto do verbo desistir, acho que sempre soa como covardia ou preguiça. Não que eu seja o símbolo da coragem ou da disposição, mas, francamente, convenhamos, desistência é sinônimo de renúncia, coisa melo-cristã demais para uma budista acostumada a extrair de si o que quer da vida. Mas voltando às escolhas de sexta-feira, uma foi profissional e outra foi pessoal. A profissional surgiu do desejo de assumir mais ainda o nome da minha empresa. É dela minha motivação, portanto, será dela meu desempenho exclusivo. Pensando assim e, juntando a isso as limitações que eu vinha carregando, a escolha ficou fácil: foi trocar 6 por 2 dúzias. A escolha pessoal foi mais fácil ainda, se pensando no resultado a médio (que dirá a longo prazo). Pesei um conjunto de poucas coisas e a decisão veio redonda: pronto, caminho escol

Viva la vida

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Um conhecido meu terminou um relacionamento nesse final de semana. Uma amiga minha, bem amiga dele, foi lá consolar a agora ex do moço e eu fiquei pensando nisso. Como disse Carpinejar, não há justiça na separação e, portanto, não há nada, absolutamente nada que um diga ao outro que se faça compreensível a dor da perda. O bom (sim, existe algo bom nisso mesmo que na miopia do momento a gente não veja) é que a gente sempre volta a amar. Diferente (ainda bem), mas volta. E sempre será um amor forte e eterno como o de outrora porque o coração esquece o que passou. Pode não esquecer os vícios e acabar comentendo-os vez por outra. Mas, a dor da separação o coração sempre esquece quando começa a amar outra vez. Eu jamais diria isso para essa moça. No recente da perda, é bem capaz que ela me atirasse duas pedras e cuspisse em mim toda a fúria do orgulho vencido. Para o coração esquecer, ou entender, ele precisa, obrigatoriamente, percorrer o caminho sozinho. É pra isso que servem as experiênc

Here we go again

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É uma noite fria em São Paulo e chove bem devagar. E eu aqui, quase febril, num desejo inútil de que esse domingo não acabe. Fazia muito tempo que eu não tinha um final de semana tão bom, de tão grande paz. Eu estou sem palavras, sorry :) Quero ir para Paris. Beijos, boa semana a todos.

Entre o vermelho e o cor-de-rosa

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Lembram a história do cliente de produtos eróticos? Pois é, uma das ações que pretendo lançar é um encarte de contos e, pra isso fiz uma pesquisa entre algumas amigas a respeito de um blog a que tive acesso. Queria saber a opinião feminina sobre os textos, já que os homens falam mais sobre o assunto e é fácil saber do que gostam. O tal blog, do qual gostei muito by the way, alterna entre intenso romântico e intenso picante e as meninas foram bem unânimes em dizer que preferem a espiral menos explícita, uma coisa mais sutil, sem o uso de algumas palavras. Comentando com um amigo sobre o resultado dessa pequena "enquete", ele riu: mulheres são, definitivamente, mais "retraídas" quando o assunto é sexo. Particularmente, eu achei que isso havia mudado bastante. Entretanto, o que eu vi entre as amigas com idade entre 25 e 40 foi o mesmo desejo pelo romance mais "meigo", embora algumas tenham confessado um certo "calor" em alguns trechos do blog. No po

Vale-amor

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Outro dia recebi pelo Twitter a chamada da última edição da revista Nova. Era mais ou menos assim: "se você deixá-lo pagar a conta no primeiro encontro quer dizer que terá que dormir com ele?". Fiquei tão passada! Como assim? Em pleno ano 2010 essa questão pautando??? Ainda existe esse tipo de questionamento na cabeça feminina ou isso é falta de assunto da revista? O fato é que, depois disso, tenho observado a maneira como as mulheres comentam sobre os homens, sobre essa história do dinheiro deles, sobre pagar conta, sustentar depois que casa, etc. E me pus a pensar no lugar que o amor ocupa em tudo isso. É claro que nessa prosa toda tem um ranço cultural e arquétipos que não acabam mais, mas, será só isso? Acho que o amor perdeu muito da sua pureza, do seu estado incondicional, da falta de armadura que lhe é necessária, da fluidez, do querer a felicidade do ser querido no matter what. E aí que o que restou foi a possessividade que permeia todas as coisas (não só o amor), a m

Salve o redemoinho

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Ai, ai, assunto não falta. Fica até dificil escolher: tem o Natal que eu adoro mesmo não sendo católica, tem o dia-a-dia, tem... uma coisa específica, tem o auê que a história do meu novo cliente tem causado (povo anda curioso com o tal do erótico) e tem 2009. Eu sei, já falei muito desse ano, mas, hoje me ocorreu que esse foi, definitivamente, o melhor ano da minha vida. Me perguntei porque e foi fácil responder: me superei. E me espantei com isso, demais. 2009 foi um ano de mergulho profundo e a descoberta não podia ter sido rasa. Foi assim no trabalho, na família, no amor, nas amizades e, principalmente, no espelho. Acho que nunca me deparei comigo mesma dessa forma: sorria, neguinha, você tem falhas fenomenais, mas também tem qualidades tão bonitas que parecem singulares. Budista como sou e, especialmente, como membro da SGI, sei que 2010 guarda em si um grande propósito. Sendo assim, entendo as tempestades de 2009, apesar de sofrer de falta de ar no meio a tanta turbulência. É bom

91,25

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Eu ia começar escrevendo que essa foi uma semana atípica. Desisti: todas as semanas de 2009 foram! Também foram curtas demais para dar conta de tudo que eu queria e extremamente longas para tantos desatinos e emoção. Semanas com noites dormidas de um jeito e acordadas de outro. Manhãs certas e tardes nem tanto, e vice-versa. Tem uma frase do filme Uma mente brilhante que diz "a convicção é um luxo para quem está de fora". É isso mesmo. Então, já que o atípico perdeu sentido, vamos às divagações de praxe. A YellowA, minha querida empresa, ganhou um cliente novo. Trata-se de um fabricante de produtos eróticos, bem diferente dos demais, tenho que dizer. O interessante foi que, enquanto via o dono da empresa me apresentar alguns produtos, me pus a pensar: como é bom dedicar tempo ao ritual da sedução. E acho que a sedução eficiente é a que começa em si e funciona em si, pensada pra si mas dedicada a quem se ama. O banho, a textura das espumas, os tecidos, os gestos: lindo quando

Centro

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Minha amiga Sílvia me enviou hoje. Achou que parecia com meus pensamentos dessa semana. Eu achei lindo. Obrigada, Síl. Beijos, bom final de semana. Centro “Seria o tempo e o espaço um ciclo? Sendo assim, em qualquer ponto da roda do tempo o passado é futuro, o futuro é passado. E o presente um encontro dos dois, quando tudo está contido em um momento singular e infinito chamado agora. Esse lugar é o coração da nossa consciência onde simplesmente observamos tudo que acontece ao redor, sem julgamento ou desejo de corrigir o que estamos vendo. Assim como o centro da roda fica imóvel, enquanto tudo gira ao redor dela, é retornando ao centro na nossa consciência e sendo serenos que nos permite ver a verdade.” Mike George, Return to the Centre, Clear Thinking, 23/08/09

Divina jóia

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Quando iniciei esse blog, há quase 1 ano e meio, quando ele ganhou o nome de Gema em Lapidação (e foi até outro dia, né?) eu criei um box dedicado ao luxo. Por muitos meses, durante todo o início do Gema, meus maiores e mais frequentes luxos foram o tempo e o silêncio. Ainda gosto do silêncio, mas agora chamaria de "ausência de barulho", ausência de ruído, principalmente o interno, aquela coisinha chata que fica nhem-nhem-nhem o tempo inteiro. Quanto ao tempo... bom, esse ainda é meu grande luxo, meu maior desejo, meu sonho de consumo eterno. É muito triste e frustrante não ter esse bem para desfrutar com quem se ama, para descobrir sensações, para dançar junto, cozinhar, compartilhar, dormir. Descobrir. Redescobrir. Ter tempo para se apaixonar, para se entregar, desarmar-se, sorrir. Tempo para a vida, para não se arrepender, tempo para construir, tempo para ter tempo. E o bonito do tempo, que todo mundo sabe e disse brilhantemente Victor Hugo, é que "o tempo não só cura

Borboletas reais

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Passei o dia me perguntando sobre mim mesma, no quanto quero (e preciso) mudar tanta coisa em mim, minha falta de santidade, meu excesso de humanidade (com todos os defeitos, fragilidades e possível sensibilidade imbutidos nisso). No final da tarde ouvi uma pessoa que reforçou esse sentimento, e pensei: puxa, porque não sou assim como essa mulher que me conta essa história? Cheguei perto de desejar ser outra coisa, tamanha minha introspecção. Questionei minha naturalidade, o jeito normalmente simples, a falta de pose, o lidar com o outro igual. Não seduzo com hora marcada nem de caso pensado. Será que isso deveria mudar? Esse "salto alto" é necessário sempre, é necessário "mais"? Deveria eu mexer mais no cabelo, lançar o olhar 43 o tempo inteiro, rebolar, o quê? Fingir requinte, simular quem não sou para garantir qualquer coisa (por quanto tempo e por que mesmo?)? Mas, aí, como anjos existem, recebi um comentário lindo no meu post "Borboletas na alma" (a g

Borboletas na alma

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Estou terminando tudo por aqui para assistir "Borboletas na alma". O filme europeu ainda não chegou ao Brasil, talvez nem chegue, mas ouvi dizer que é lindo, emocionante. E já decidi: hoje, quero chorar muito de emoção! Já ouvi falar em borboletas no estômago, e fiquei pensando que sentir borboletas na alma deve ser muito mais gigante, certamente a coisa mais deliciosa desse mundo. Parece melhor do que felicidade, me remete para um sentimento maior até do que o próprio amor. E, sendo assim, deve ser uma plenitude maior do que eu jamais imaginei. Tudo isso porque alguém me disse "você é muito pequena para carregar tanta coisa", e eu respondi sorrindo "quer me ajudar?". A resposta foi o Borboletas na Alma. Bonito, né? Amanhã eu conto como foi o filme, quem sabe a gente não se contagia e começa a transmitir "borboletas" um para o outro? Aproveitando, olha que bonito esse trecho do Caio Fernando Abreu: "Tenho uma parte que acredita em finais fel

Deixa passar

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Pois é, o Gema mudou de nome. Não que a idéia da lapidação tenha perdido sentido, mas cansei da marca, comecei a achar pretenciosa, antiga e quis mudar. Coisas antigas devem ficar onde moram: no passado e, sabe de uma coisa?, o passado não volta. Minha amiga Gil falava hoje, durante um evento de trabalho, que sentiu saudades de uma época da vida enquanto assistia a uma palestra. Eu disse a ela que saudade a gente sente até de ex-marido que não funciona mais. E a gente sente saudade porque só lembra da parte boa, esquecendo o que não servia mais e desencadeou a ruptura. Se pensar direito, ou tentar reviver aquela história, verá que é em vão tentar ressuscitar: o que morreu deve ser enterrado. Algo para voltar deve renascer, não sobreviver à sombra do que foi um dia. Parece triste e pesado o que digo, eu sei, mas não é, não. É final de ano, logo 2010 bate à nossa porta e, sinceramente, 2009 precisa ficar em 2009. Carregar bagagem pra quê, santabenedita? Feliz ano novo pra todos amanhã, d

Amigas: mais sobre as fêmeas

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Amizade daquelas que todo mundo fala, para todos os momentos, para o que der e vier, etc é coisa rara, mas, acho que pra isso tem família (que, digam o que for, é para tudo) e o marido/ a mulher. De resto, amizade pode ser de todas as formas, desde que leal, que tá valendo. Amizade só de bar, amizade para estudar, amizade para chorar as pitangas, amizade para gargalhar: o que vale é reconhecer o tipo e não cobrar o que cada um não pode dar (pelo menos não até que possa). Especificamente falando da amizade entre mulheres, existem alguns mitos chatos. Dizem que mulher é invejosa, competitiva, falsa, e por aí vai. Quando eu era criança, tive lá minhas amiguinhas, coisa de escola e brincar de bicicleta. Acho que a gente não tem muita noção nessa fase. Na adolescência a coisa complicou bastante: foi difícil mesmo ter uma turma de amigas. Começa a fase dos namoricos e, de fato, era uma ou outra que se mantinha por perto. Existia, sim, uma ciumeira e era por coisa tão boba! Acho que cresci a

Sutilezas divinas

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Todo mundo já sabe que sou taurina. Digo isso sempre porque combina demais comigo tudo o que se diz sobre o meu signo. Não foi à toa que escolhi nascer sob essa marca, achei fofo essa história de comer bem, preguicinha, lealdade, segurança (e outras cositas mais) e decidi: vou nascer taurina e pronto! Pois bem, na categoria “comer bem”, boa mesa é uma das maiores delícias da minha vida: em casa ou não, comida boa faz bem ao meu humor, me dá conforto, força e ânimo. Sempre fui suscetível ao paladar, ao cheiro, toque, e, principalmente, ao olhar. A audição e o mental (aff) também, mas esses dois ficam pra depois ;-) Bom, isso pra contar que os florais brasileiros que minha amiga Sílvia preparou pra mim têm me feito um bem danado. Usei florais de Bach por 5 anos seguidos, há algum tempo. Lembro que sempre gostei, mas acho que tem coisa diferente nos florais de Joel Aleixo. Talvez o jeito de prescrever, as cartas, o fato de eu confiar tanto na amiga-terapeuta e também meu próprio amadureci

Faço, logo existo

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Outro dia eu comentava que meu maior desejo é tirar minhas verdades do discurso e praticá-las na vida real, no dia-a-dia. Isso quer dizer deixar que pregar o respeito quase como uma utopia e lembrar-me dele quando estiver irritada ou nervosa com alguém, por exemplo. Também quer dizer esquecer as belas palavras sobre sustentabilidade e agir efetivamente, dando exemplos sem nem mesmo perceber. Falar de amor, sim (porque é uma delícia!), mas principalmente esbanjá-lo diariamente sobre meus afetos profundos. Sorrir para a moça do caixa não porque eu "lembrei" que isso faz bem pra todo mundo, mas porque a empatia fluiu sincera. Quantas coisas assim podem sair no pensamento para ganhar vida nos gestos? Incontáveis... i-n-c-o-n-t-á-v-e-i-s. Isso é provocar uma mudança pura, não uma burocracia politicamente correta (se é que polílica e correto podem estar juntas na mesma frase. O correto seria "impolítico". Enfim.). Fico ouvindo o povo encher a garganta para levantar bandei

Mais do mito da fêmea

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Bicho que se culpa tem título: mulher. Penso nisso desde ontem por conta de um acontecimento que deveria ter sido simples pra mim, mas não foi. Depois da "revolução feminista", o que a gente mais ouve é: mulher tem culpa quando sai pra trabalhar e deixa o filho em casa, quando vai se cuidar e deixa a família, quando isso, quando aquilo, culpa, culpa, culpa. Isso é tão verdadeiro que toda amiga minha que "consegue" sair para tomar um chopp vai logo se justificando "preciso de um tempo para mim", "conquistei essa liberdade", "eles precisam entender", e por aí vai. Que chato, né? Na minha vida inteira, só ouvi coisa parecida de um único homem, quando falava do próprio filho. E essa culpa vem de onde? É do tempo em que mulher só ficava em casa ou da maneira como nossos hormônios são e pronto? É defeito ou qualidade? E olha que não precisa ser mãe para ter o instinto: eu me cobro quando me ausento, me cobro pela distância, me recrimino pela

Pecados da fêmea

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Minha amiga Gil sugeriu, outro dia, o tema "pecadinhos" e eu acabei acrescentando algumas lendas também, depois de uma conversa interessantíssima com o universo masculino. Um pouco do assunto anda logo abaixo, aguardando a sua opinião e alguma sugestão. Depois me conta o que foi que você achou ;) Da seção "pecadinhos", escolhi dois mais recentes: o que fazer depois de uma noite dormida com maquiagem? Esfregar o rosto na manhã seguinte resolve? Não, sequer esfoliação é indicado, já que a esfoliação provoca oleosidade. Mulherada, o negócio é limpar e hidratar. Só. Ah, e evitar que aconteça de novo, faz mal mesmo. Ainda nos pecados, a segunda situação é a seguinte: semana inteira de academia e dieta X uma noitada de bebida e fritura. E então? Jejum no outro dia? Não, cara pálida... super-alimentação saudável, sim, e atividade física para queimar a gordura "gorda". Agora, as lendas (e essas são boas). A brasileira sempre foi famosa pelo bumbum farto, certo? E

Vida de amores

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A maioria das pessoas, e aqui eu me incluo com extrema facilidade, tem o amor como termômetro. Nada tem a mesma importância: se a mãe, o filho, o marido ou qualquer outra pessoa amada padece de alguma dor, o coração da gente já se inquieta. O mesmo vale para aqueles dias em que, por algum motivo, a relação em casa ficou estremecida enquanto a gente sai para trabalhar. O trabalho não rende tão bem, a hora na academia parece infinita, o ida ao supermercado parece coisa de alienígena. Nem o mundo de gente caminhando ao lado parece fazer muito sentido. Em contrapartida, como é deliciosa essa rotina toda quando tudo em casa está na santa paz! Eu acredito mesmo que amores, além da evidente função de cuidar do viço da vida, serve para aliviar nossas tensões e somar aquelas alegrias que nos fazer rir sozinhos muitas vezes. É por isso que amar torna a vida tão mais leve: a gente tem certeza que conta com a ajuda, e sabe da preocupação, da dedicação, do afeto que permeia pra além de qualquer vín

Tomorrow never knows

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Eu fiquei pensando sobre essa expressão "amanhã nunca se sabe" e, como todo bom taurino, fiquei intranquila com a impossibilidade de me divertir com o incerto. Eu sei, isso é bobagem, já que de nada adianta tentar controlar o futuro. Ainda bem, diz baixinho meu senso de vida. Que tortura, reclama meu pé no chão. Ontem, durante uma reunião, foi falado que para lidar com o imprevisto só mesmo uma força imprevista. Totalmente de acordo: eu e o mundo inteiro de coisas vivas sabemos e vivemos à base do inconstante, do caos, e conhecemos igualmente um poder advindo sabe-se lá de onde. É fato que o ser humano teme a mudança. É fato que qualquer movimento diferente demanda um novo pensar, uma nova postura, uma mecânica nova. A questão que sobra é até que ponto minha disposição e coragem têm força para caminhar. Até que ponto minha vontade de conhecer uma vida sonhada têm fôlego para garantir a sua realização. No final das contas, tanto a disposição quanto a coragem e o fôlego se resu

A biboca da parafuseta

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Um amigo facebookou ainda há pouco a famigerada questão entre ser feliz e ter razão. Confesso que isso me cansa um pouco, pois parece sempre que quem escolhe ser feliz opta por fechar os olhos para um tanto de coisa importante em detrimento... do que mesmo? Hoje, durante o almoço, eu dizia que, depois de tantos anos levantando questões e "discutindo verdades" em terapia e etc, eu simplesmente cansei. Ara ara, a vida pode ser tão mais gostosa quando tá todo mundo disposto, não é? Por isso, perdi a paciência para quem faz doce, enrola, fica difícil, inacessível em seu "pensamento profundo". Aff, que preguiça pra tudo isso. Ando gostando cada vez mais de quem agrega, junta, compartilha, mistura. Exclusão e isolamento, pra mim, virou coisa de gente muito pouca, que morre de medo de dar e faltar para si. E olha que disso eu posso falar sem pudor algum, eu mesma já fui de me isolar um bocado. Ainda bem que, mesmo com o medo todo, eu fui lá e entendi que dar só aumenta o q

Sem os anéis

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Mil anos depois, estou eu aqui de volta, morrendo de saudade. Completamente instalada na casa nova (êêêê...), exausta, feliz, ainda aguardo o dia em que os pedreiros me deixarão sem pó ou distrações deles próprios. Esse dia há de chegar :) Enquanto isso, fiquei pensando na minha nova ajudante e em seu marido que ontem, amigavel e prontamente, se ofereceram para ajudar em um tanto de coisas que faltava para concluir o processo de mudança. Sou observadora, não tem jeito. Nem posso chamar isso de vício ou hábito: é da minha natureza e pronto, não preciso explicar, simplesmente acontece. Pois eu vi nesse casal uma educação, gente, um refinamento que pouco vejo por aí. Normalmente, a gente classifica de educado quem fala baixo, diz "por favor", "obrigado" e pede licença. Tem a turma que acredita que educação é coisa que vem com o conhecimento, a literatura, a cultura geral. Acho isso não. A educação pura, diria até a verdadeira, que me impressionou neles foi a natural. D

Bem rapidinha

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Ainda há pouco eu twittei que a gente estranha tudo que é unusual, não corriqueiro. Mesmo que bom, ainda assim a gente estranha. Eu me referia especificamente a um fato ocorrido há algumas horas e acabei estendendo essa sensação à outras situações. Já parou pra pensar em como a gente fica "meio assim" no primeiro instante? Não é natural ir se soltando aos poucos e só assim? Poucas vezes me lembro de ter ido a uma festa sem conhecer ninguém e, de cara, me sentir em casa. Eu achava que o nome disso fosse timidez, mas, não é não. É reconhecimento, faro, proteção. A gente vai olhando, sentindo segurança e baixando a guarda devagar na medida em que ganha intimidade. Quando vê, já tá no meio da pista, dançando e cantando. E, o melhor, acompanhado ;-)

De noite, Neruda

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De noite, amada, amarra teu coração ao meu e que eles no sonho derrotem as trevas como um duplo tambor combatendo no bosque contra o espesso muro das folhas molhadas. Noturna travessia, brasa negra do sonho. Interceptando o fio das uvas terrestres com pontualidade de um trem descabelado que sombra e pedras frias sem cessar arrastasse. Por isso, amor, amarra-me ao movimento puro, à tenacidade que em teu peito bate. (Neruda) Ah, vontade de escrever... mas, e o sono? Amanhã, tomara ;) Beijos, boa semana

Guarda-novidade

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Li hoje um texto desses que correm pela internet, o autor é Joseph Newton e fala sobre abrir vazios necessários. Apesar do começo ser óbvio, eu continuei lendo já que a amiga que me enviou é inteligente e raramente envia esse tipo de coisa. Pois bem, o autor diz que enquanto não nos desapegarmos de objetos antigos, aqueles que guardamos por anos sem uso algum, estaremos ocupando o espaço que, certamente, é de uma coisa nova. Engraçado, justo agora que ando na faxina para a mudança de casa :) Ele continua dizendo aquilo que sabemos: guardamos sentimentos velhos também, sentimentos que já não nos dizem respeito, mas que, por pura birra, cismamos em cultivar. Lembranças de dores passadas, mágoas, desconfianças, rancor: tudo isso pode, e deve, ir para o lixo. A parte boa do texto, a que me chamou a atenção, é a que diz que a gente só guarda aquilo que teme que faltará, que fique vazio, por pura carência, e acaba enviando duas mensagens ao nosso cérebro: "não confio no futuro" e &

Making my way

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Li uma frase hoje que era assim: "confie em quem já tentou". Fiquei pensando tanto nisso que meu coração respondeu: quem tenta tem intenção de conseguir, claro, óbvio, e, por isso, carrega tanta sinceridade que já vale a confiança. Desde menina ouço minha mãe falar e falar (e como falava) que confiança é difícil de conquistar e fácil de perder. Ela falava desse jeitinho, eu ficava até irritada porque, criança e adolescente depois, eu mal sabia o que era aquilo que mamis dizia. Enfim, cresci (um pouco, é verdade) e fui entender mesmo o que ela dizia somente há poucos anos, quando confiei verdadeiramente pela primeira vez. É estranha a sensação no começo, mas acho que nem pensei direito: confiar foi natural, uma resposta, um alento. Acho confiança a jóia mais rara dessa vida. Uma preciosidade que faz a gente enfrentar qualquer coisa, uma arma honesta que carrega o brado amoroso de qualquer vitória. Falei hoje sobre a confiança que tenho em mim, especialmente em situações de mui

O futuro que chega

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Pois bem, o final de semana com uma hora a menos termina. Cansada, corpo dolorido da mudança, desacelerando depois do vinho, mas eu estava com tanta saudade do blog, tanta, tanta, que não resisti: aqui cheguei e vou aproveitar para desafogar o coração. O dia foi emotivo, meio festeiro meio despedida. Depois de 5 anos vivendo nessa casa como se estivesse de passagem, a sensação que tenho é que encontrei um lar. A casa nova é linda, tem jeito de morada mesmo, tem espaço para viver nela com muita música, comida boa, gente e luz (tem música do Pearl Jam no título, ouvi tanto hoje junto com Norah Jones). Ainda vai levar um tempo para que ela fique perfeita, a reforma é longa. Mas, já dá pra vislumbrar: as fotos estão por lá, os CDs,a cozinha já desenhou os cafés-da-manhã e, nos armários, roupitchas penduradas! Tem até quarto de hóspedes e minha mãe será a primeira a inaugurá-lo (bonito, né?). Eu queria contar mais, a vida mudou tanto, mas meu corpo pede cama. Ainda por cima, tem horário de

Hello, little girl

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Hoje é o dia das crianças. Pela primeira vez nessa vida vi um sentimento genérico abraçar todo mundo. Foi uma nostalgia por todos os cantos por onde andei. Até no Twitter: o povo trocou a foto por uma da infância e passou horas contando as lembranças boas. Que coisa, né? Esqueceram a santa em detrimento da saudade. Claro que essa nuvem nostálgica me pôs a pensar. Lembrei daquela história que diz que precisamos de testemunhas que acompanhem nosso caminho, que nos certifiquem da verdade de nossas recordações e nos ajudem a validá-las. Dizem, também, que as melhores testemunhas são nossos irmãos e, depois, o amor que encontramos. As perguntas que me fiz foram: quanto mudei nesses anos todos, que alegrias senti? Que alegrias causei? E por que? Como faz pra repetir, pra garantir, eternizar? Muita gente diz que o homem muda pelo amor ou pela dor. Eu discordo: o amor nos torna mais doces enquanto ele vive em nós. É fácil ser "bonzinho" enquanto se está feliz, quero ver alguém desilu

Doadores de afeto

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Escrevi há pouco para uma amiga que há muito não vejo. Falava sobre como andam as coisas, o trabalho, a família, os amigos, o amor. Enviei um livro, coitada, vai precisar de paciência para ler tudo. Mas, atenciosa como é, aposto que vai pedir mais ;) O fato é que tem dia que é de uma riqueza sem fim, né? Logo pela manhã, eu li uma frase que foi uma verdadeira sacudida: "só os tolos e ignorantes têm certezas. Os sábios estão sempre em dúvida". Depois, recebi um email super-carinhoso de uma moça que leu minha coluna no portal Minha Vida. Ela dizia que, depois de ler o texto, foi clicando nos links e achou várias coisas minhas: meu blog, meu Twitter, enfim, meu coração. Disse Natália que se identificou muito e quer continuar me acompanhando. Interessante, rs. Na sequência, Jorge (que também veio pelo Minha Vida) me contou sobre a emoção que sentiu com meus textos. Gente, vocês querem me convencer??? Que coisa linda tanta demonstração de afeto. Na reunião de todas as quartas na m

Nossos ventos

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A manhã foi rica em assuntos para a blog, mas uma coisa está gritando pra mim desde ontem: não precisamos de ingênuos novos que desconheçam nossas fraquezas para continuar alimentando-as. O que a gente precisa é de verdade e gente comprometida capaz de nos amar mesmo conhecendo essas fraquezas. Pular de galho em galho é mais fácil, mas uma hora cansa. A riqueza é criar raízes.

Você precisa do que?

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Esse meu blog é estritamente pessoal, todo mundo que acompanha já percebeu. Aqui eu derramo as minhas experiências sem intenção de que se tornam verdades unânimes, sequer verdades. Alguém, vez por outra, se identifica e é super-natural: somos humanos e parecidos em algum momento. Digo isso porque estive pensando sobre um assunto delicado e corro de risco de gerar algum desconforto. Mas, é para o bem, como sempre é a minha intenção. Fiz terapia por 4 anos e participei também por um bom tempo de um grupo cujo objetivo era trazer luz ao coração e ajudar a melhorar a vida através do auto-conhecimento. Tentei terapia outra vez, depois disso, mas foi por pouquíssimo tempo. Trabalhei bastante comigo, como vocês podem imaginar. O fato é que, tendo vivido todas essas coisas, me sinto muitíssimo à vontade para dizer: terapia ajuda na medida em que alivia uma dor momentânea (e falar sobre a dor sempre trará benefícios), mas não atua na mudança, sequer na transformação da rota que insistimos em ma

Me escuta que eu te falo

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Ontem à noite, durante a ida a um evento com um amigo de trabalho que é bom de conversar, eu contei sobre uma perda recente. Foi um alívio enorme admitir, assumir uma definição minha, principalmente porque sou sempre mega-reservada com minhas peripécias pessoais. E, aí, a gente emendou a prosa com as estripulias da vida, os medos, relacionamentos e tal. Claro que eu soltei a máxima da minha amiga Ana que diz que a gente só tem medo do que conhece, medo de repetir. Foi, então, que me deu uma luz: é por isso que eu ando tão sem medo: quero começar uma história totalmente nova na minha casa (nova!), sem ranço algum de passado qualquer. Gente, francamente, não sei de onde vem essa certeza, mas eu a tenho: estou prestes a experimentar uma parte da vida que jamais conheci e estou muito feliz com a possibilidade. Bom, já comecei bem, rs. Fui capaz de me ouvir dizendo em alto e bom som coisas que só meu travesseiro conhecia. Libertador pra mim. E é isso mesmo, quero de fato essa transparência

No frigir do dia

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Saí de um evento impressionada com um vídeo que assisti por lá. Foi só um trechinho, mas o suficiente para me causar curiosidade e me fazer correr para o Youtube e vê-lo inteiro. Não sou lá muito fã da Lady Gaga e a letra da música é bem ruinzinha. Mas, eu gostei do ritmo e entendi as cenas. Entendi do meu jeito, mas entendi. Depois que você assistir (o link está aí no título do post), me diga o que achou, se pensou a mesma coisa que eu. Fora isso, um twitteiro famosinho postou que mulher só se apaixona por dinheiro. Claro que eu tinha que refutar e disse a ele que mulher, depois que se sente amada, não aceita nenhum outro tipo de moeda. Continuando o dia, falei a uma amiga que sofria uma desilusão que a gente só se desilude com quem ama. Já viu alguém que não nos diz nada ou não gostamos nos entristecer? Deles não esperamos nada: se vier algo de bom, ok; mas já nos prepraramos para qualquer coisa ruim. Já quando se ama... a esperança pode até morrer, mas demora, luta, reluta, briga at

Para viver o remanso

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Nas minhas últimas "férias" (se é que se pode chamar uma semana de férias) fui convidada por uma parceira de negócios a ficar na casa dela, um casarão numa praia bonita. Aceitei, achando que me sentiria a vontade, mas foi puro engano. Meu encabulamento foi tamanho que biquini só com canga, shorts e camiseta. Resultado: a brancura da ida foi a mesma da volta. Agora, às beiras de mais um feriado, recebi outro convite desses, dessa vez para uma montanha bem charmosa. Eu? Declinei. Viagem para ser relaxante só se for 100% lazer. Então eu escolhi um lugar desses que tem rei, acho que chama Pasárgada, e vou ficar por lá, olhando o vento, tomando sol, desejando recuperar uma inocência destruída por puro descuido meu. Às vezes a gente erra, né? Mas, eu andei errando muito, arriscando muito e preciso de perdão. Um tipo de perdão que só eu posso me dar. Esses dias de descanso servirão para isso: para eu voltar a sentir um amor tão forte por mim mesma que seja capaz de me redimir.

Põe no blog!

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Tivemos hoje uma longa discussão sobre blog, site, informação e blá-blá-blá. Defendi os blogs com unhas e dentes e achei engraçado porque, até pouquíssimo tempo atrás, a discussão era entre impresso e internet, num claro preconceito contra a vida virtual. Ninguém acreditava em e-commerce, nem em jornalismo em portais (heim, portal?). Pois é. Há algumas semanas, durante o Digital Age, diversos números e pesquisas sobre redes sociais foram apresentados. Dentre as pesquisas, o que foi dito é que as pessoas estão cada vez mais interessadas em conteúdo pessoal, opinião, envolvimento, participação. Outra pesquisa diz que o funcionário que usa blog, Twitter e família são mais produtivos, mais parceiros, mais transparentes e, sobretudo, mais criativos. O maior sucesso na TV tem sido o reality show e há uma explicação: o mundo frio deixou de encantar, as pessoas querem a vida real. Claro que há muita bobagem nas mídias sociais, mas o mesmo é verdadeiro no mundo impresso, na TV, no rádio. Mau go

Devolvo-me

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Algumas pessoas que acompanham meu Facebook e Twitter sabem que eu trabalhei numa "trasnformação" ontem com a Cris Arcangeli. Como ela mesmo disse, é mais uma revelação do que transformação porque tudo já estava lá, os mimos e cuidados só valorizaram. Eu fiquei pensando nisso e no quanto a gente vai se escondendo devagar: primeiro com pequenos boicotes, e, depois, quando pega gosto pelo anonimato, com grandes descuidos. Deixa a pele ficar sem brilho, deixa o brilho perder o olhar. O sorriso ganha mais do que timidez: ganha vergonha, uma desistência de alegria, um forçado "tudo bem" capaz de passar ileso pelo porteiro, mas jamais para quem nos conhece e ama de verdade. Mas, mesmo quem nos ama não é capaz de nos devolver o viço. Talvez porque pouquíssimos amantes sejam corajosos o suficiente para ver e incentivar o outro a brilhar. Já pensou no trabalho? Por isso, claro, a lição fica por conta de cada um mesmo. O exercício efetivo da melhora da auto-estima só pode ser

Minhas cartas

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Me lembro de escrever poesia aos 7 anos. Aos 8, ganhei um prêmio na escola (a coleção completa do Sítio do Pica-Pau Amarelo) pelo meu desempenho nas aulas de Português. Diário, poemas, avaliações sobre a vida aos 11. Quem segurava? Foi dos 15 aos 17 meu ápice: era tanto papel escrito que as amigas começaram a ler e a opinar. Algumas incentivavam, outras compartilhavam, a maioria se encontrava naquelas palavras. Época fértil :) Não sei bem porquê, mas parei de escrever perto dos 18 e fiquei anos sem me expressar nem mesmo por bilhete. Que coisa essa falta de lembrança, esse esquecimento do quanto era bom dizer. Continuei lendo muito e sem nenhum apego: meus livros, depois de lidos e diferente dos meus CDs, eram de quem quisesse. Foi preciso um homem de belíssimas e apaixonadas declarações para me acordar daquele quieto exercício de sentir-pensar-e-nada-mais. Comecei por retribuir tudo o que dele recebia: gigantescos emails românticos, bem traçados, queridos. Que época mais do que

O melhor e mais bonito poema

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"Um sábio me dizia: esta existência, não vale a angústia de viver. A ciência, se fôssemos eternos, num transporte de desespero inventaria a morte. Uma célula orgânica aparece no infinito do tempo. E vibra e cresce, e se desdobra e estala num segundo. Homem, eis o que somos neste mundo. Assim falou-me o sábio e eu comecei a ver dentro da própria morte, o encanto de morrer. Um monge me dizia: ó mocidade, és relâmpago ao pé da eternidade! Pensa: o tempo anda sempre e não repousa; esta vida não vale grande coisa. Uma mulher que chora, um berço a um canto; o riso, às vezes, quase sempre, um pranto. Depois o mundo, a luta que intimida, quadro círios acesos : eis a vida. Isto me disse o monge e eu continuei a ver dentro da própria morte, o encanto de morrer. Um pobre me dizia: para o pobre a vida é o pão e o andrajo vil que o cobre. Deus, eu não creio nesta fantasia. Deus me deu fome e sede a cada dia, mas nunca me deu pão, nem me deu água. Deu-me a vergonha, a infâmia, a mágoa de andar

A poesia do Twitter

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Eu sou apaixonada pelo Twitter. Acho útil, acho inteligente, me estimula a visitar lugares na internet que eu, por conta própria, jamais visitaria. Além disso, me põe a ler o pensamento de gente, no mínimo, criativa. Isso é interatividade da boa. E uma coisa interessante são as respostas que a gente recebe. Fala-se diretamente com alguém ou joga-se uma pergunta no ar e pronto: manifestações aparecem por DM, reply ou e-mail. Hoje, exaurida da semana de 80 dias, pedi uma poesia. Gostei dessa, mas a melhor irá no próximo post... merece exclusividade. Beijos, feliz Natal ;) A inteligência sem amor, faz-te perverso. A justiça sem amor, faz-te implacável. A diplomacia sem amor, faz-te hipócrita. O êxito sem amor, faz-te arrogante. A riqueza sem amor, faz-te avarento. A docilidade sem amor, faz-te servil. A pobreza sem amor, faz-te orgulhoso. A beleza sem amor, faz-te ridículo. A autoridade sem amor, faz-te tirano. O trabalho sem amor, faz-te escravo. A simplicidade sem amor, deprecia-te. A

Por que?

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Uma pessoa importante demais na minha vida me disse, certa vez, que eu não deveria dar importância àquilo que não tem importância e que nem deveria transparecer qualquer intenção de demonstrar a falta de importância. Entendi, dei razão e foi o que eu fiz recentemente. Por que é, então, que eu estou com a sensação de que deveria ter deixado claro a falta de importância, ter brecado, transparecido meu recado? Não seria importante deixar a desimportância clara? Estou me perguntando isso. Aceito opiniões. Beijos

Em bom português

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Ok, pessoas, antes do desfile de 7 de setembro, a tradução do sermão do padre Flynn :) Beijos, bom feriado! "O que fazer quando não temos certeza? Esse é o tópico do meu sermão de hoje. Quando o presidente Kennedy foi assassinado no ano passado, quem de nós não se sentiu perdido, em profunda desorientação, sem esperança? 'Para onde ir? O que fazer? O que digo para os meus filhos? O que digo para mim mesmo?' Foi um tempo de sentarmos juntos, unidos no sentimento de falta de esperança. Mas, pense nisso: seu desespero era o que o ligava ao seu companheiro. Foi uma experiência pública terrível, mas estávamos nela juntos. Imaginem o quão pior é para um homem solitário, uma mulher solitária atingidos por uma tragédia particular... 'Ninguém sabe que estou doente, ninguém sabe que perdi meu querido amigo, ninguém sabe que fiz algo errado'. Imaginem a solidão. Agora você vê o mundo pela janela: de um lado do vidro, pessoas felizes e sem problema e, do outro, você. Quero con