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Mostrando postagens de outubro, 2009

Bem rapidinha

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Ainda há pouco eu twittei que a gente estranha tudo que é unusual, não corriqueiro. Mesmo que bom, ainda assim a gente estranha. Eu me referia especificamente a um fato ocorrido há algumas horas e acabei estendendo essa sensação à outras situações. Já parou pra pensar em como a gente fica "meio assim" no primeiro instante? Não é natural ir se soltando aos poucos e só assim? Poucas vezes me lembro de ter ido a uma festa sem conhecer ninguém e, de cara, me sentir em casa. Eu achava que o nome disso fosse timidez, mas, não é não. É reconhecimento, faro, proteção. A gente vai olhando, sentindo segurança e baixando a guarda devagar na medida em que ganha intimidade. Quando vê, já tá no meio da pista, dançando e cantando. E, o melhor, acompanhado ;-)

De noite, Neruda

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De noite, amada, amarra teu coração ao meu e que eles no sonho derrotem as trevas como um duplo tambor combatendo no bosque contra o espesso muro das folhas molhadas. Noturna travessia, brasa negra do sonho. Interceptando o fio das uvas terrestres com pontualidade de um trem descabelado que sombra e pedras frias sem cessar arrastasse. Por isso, amor, amarra-me ao movimento puro, à tenacidade que em teu peito bate. (Neruda) Ah, vontade de escrever... mas, e o sono? Amanhã, tomara ;) Beijos, boa semana

Guarda-novidade

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Li hoje um texto desses que correm pela internet, o autor é Joseph Newton e fala sobre abrir vazios necessários. Apesar do começo ser óbvio, eu continuei lendo já que a amiga que me enviou é inteligente e raramente envia esse tipo de coisa. Pois bem, o autor diz que enquanto não nos desapegarmos de objetos antigos, aqueles que guardamos por anos sem uso algum, estaremos ocupando o espaço que, certamente, é de uma coisa nova. Engraçado, justo agora que ando na faxina para a mudança de casa :) Ele continua dizendo aquilo que sabemos: guardamos sentimentos velhos também, sentimentos que já não nos dizem respeito, mas que, por pura birra, cismamos em cultivar. Lembranças de dores passadas, mágoas, desconfianças, rancor: tudo isso pode, e deve, ir para o lixo. A parte boa do texto, a que me chamou a atenção, é a que diz que a gente só guarda aquilo que teme que faltará, que fique vazio, por pura carência, e acaba enviando duas mensagens ao nosso cérebro: "não confio no futuro" e &

Making my way

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Li uma frase hoje que era assim: "confie em quem já tentou". Fiquei pensando tanto nisso que meu coração respondeu: quem tenta tem intenção de conseguir, claro, óbvio, e, por isso, carrega tanta sinceridade que já vale a confiança. Desde menina ouço minha mãe falar e falar (e como falava) que confiança é difícil de conquistar e fácil de perder. Ela falava desse jeitinho, eu ficava até irritada porque, criança e adolescente depois, eu mal sabia o que era aquilo que mamis dizia. Enfim, cresci (um pouco, é verdade) e fui entender mesmo o que ela dizia somente há poucos anos, quando confiei verdadeiramente pela primeira vez. É estranha a sensação no começo, mas acho que nem pensei direito: confiar foi natural, uma resposta, um alento. Acho confiança a jóia mais rara dessa vida. Uma preciosidade que faz a gente enfrentar qualquer coisa, uma arma honesta que carrega o brado amoroso de qualquer vitória. Falei hoje sobre a confiança que tenho em mim, especialmente em situações de mui

O futuro que chega

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Pois bem, o final de semana com uma hora a menos termina. Cansada, corpo dolorido da mudança, desacelerando depois do vinho, mas eu estava com tanta saudade do blog, tanta, tanta, que não resisti: aqui cheguei e vou aproveitar para desafogar o coração. O dia foi emotivo, meio festeiro meio despedida. Depois de 5 anos vivendo nessa casa como se estivesse de passagem, a sensação que tenho é que encontrei um lar. A casa nova é linda, tem jeito de morada mesmo, tem espaço para viver nela com muita música, comida boa, gente e luz (tem música do Pearl Jam no título, ouvi tanto hoje junto com Norah Jones). Ainda vai levar um tempo para que ela fique perfeita, a reforma é longa. Mas, já dá pra vislumbrar: as fotos estão por lá, os CDs,a cozinha já desenhou os cafés-da-manhã e, nos armários, roupitchas penduradas! Tem até quarto de hóspedes e minha mãe será a primeira a inaugurá-lo (bonito, né?). Eu queria contar mais, a vida mudou tanto, mas meu corpo pede cama. Ainda por cima, tem horário de

Hello, little girl

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Hoje é o dia das crianças. Pela primeira vez nessa vida vi um sentimento genérico abraçar todo mundo. Foi uma nostalgia por todos os cantos por onde andei. Até no Twitter: o povo trocou a foto por uma da infância e passou horas contando as lembranças boas. Que coisa, né? Esqueceram a santa em detrimento da saudade. Claro que essa nuvem nostálgica me pôs a pensar. Lembrei daquela história que diz que precisamos de testemunhas que acompanhem nosso caminho, que nos certifiquem da verdade de nossas recordações e nos ajudem a validá-las. Dizem, também, que as melhores testemunhas são nossos irmãos e, depois, o amor que encontramos. As perguntas que me fiz foram: quanto mudei nesses anos todos, que alegrias senti? Que alegrias causei? E por que? Como faz pra repetir, pra garantir, eternizar? Muita gente diz que o homem muda pelo amor ou pela dor. Eu discordo: o amor nos torna mais doces enquanto ele vive em nós. É fácil ser "bonzinho" enquanto se está feliz, quero ver alguém desilu

Doadores de afeto

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Escrevi há pouco para uma amiga que há muito não vejo. Falava sobre como andam as coisas, o trabalho, a família, os amigos, o amor. Enviei um livro, coitada, vai precisar de paciência para ler tudo. Mas, atenciosa como é, aposto que vai pedir mais ;) O fato é que tem dia que é de uma riqueza sem fim, né? Logo pela manhã, eu li uma frase que foi uma verdadeira sacudida: "só os tolos e ignorantes têm certezas. Os sábios estão sempre em dúvida". Depois, recebi um email super-carinhoso de uma moça que leu minha coluna no portal Minha Vida. Ela dizia que, depois de ler o texto, foi clicando nos links e achou várias coisas minhas: meu blog, meu Twitter, enfim, meu coração. Disse Natália que se identificou muito e quer continuar me acompanhando. Interessante, rs. Na sequência, Jorge (que também veio pelo Minha Vida) me contou sobre a emoção que sentiu com meus textos. Gente, vocês querem me convencer??? Que coisa linda tanta demonstração de afeto. Na reunião de todas as quartas na m

Nossos ventos

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A manhã foi rica em assuntos para a blog, mas uma coisa está gritando pra mim desde ontem: não precisamos de ingênuos novos que desconheçam nossas fraquezas para continuar alimentando-as. O que a gente precisa é de verdade e gente comprometida capaz de nos amar mesmo conhecendo essas fraquezas. Pular de galho em galho é mais fácil, mas uma hora cansa. A riqueza é criar raízes.

Você precisa do que?

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Esse meu blog é estritamente pessoal, todo mundo que acompanha já percebeu. Aqui eu derramo as minhas experiências sem intenção de que se tornam verdades unânimes, sequer verdades. Alguém, vez por outra, se identifica e é super-natural: somos humanos e parecidos em algum momento. Digo isso porque estive pensando sobre um assunto delicado e corro de risco de gerar algum desconforto. Mas, é para o bem, como sempre é a minha intenção. Fiz terapia por 4 anos e participei também por um bom tempo de um grupo cujo objetivo era trazer luz ao coração e ajudar a melhorar a vida através do auto-conhecimento. Tentei terapia outra vez, depois disso, mas foi por pouquíssimo tempo. Trabalhei bastante comigo, como vocês podem imaginar. O fato é que, tendo vivido todas essas coisas, me sinto muitíssimo à vontade para dizer: terapia ajuda na medida em que alivia uma dor momentânea (e falar sobre a dor sempre trará benefícios), mas não atua na mudança, sequer na transformação da rota que insistimos em ma