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Mostrando postagens de março, 2010

Eu e minha sombra

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"Conhece a ti mesmo" - não fui conferir no Google, como normalmente eu faria, mas tenho quase certeza de que a frase é de Sócrates. O fato é que não me lembro de nenhum instante da minha vida em que essa máxima não estivesse presente no meu coração, como se conhecer a mim mesma fosse me dar a segurança e a certeza que preciso nessa vida. Há muito pouco tempo consegui encontrar alguma transparência em mim, talvez, enfim, em algum grau, eu tenha encontrado (ou construído) o terreno fértil e saudável da verdade, da descoberta dela, do claro, do translúcido. A verdade de quem eu sou, do que quero, do que sei e sinto ser preciso para a minha felicidade. Hoje, por mais que eu entenda os motivos dos erros que cometi no passado, sinceramente não consigo aceitar ter vivido tanto tempo me "tapeando". Claro que ainda erro e claro que errarei muito ainda (erros diferentes, espero. Repetir os mesmo é burrice). Não sou perfeita como pretendi ser um dia e fico feliz por isso. Isso

Bom selvagem

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Se tem uma coisa que me encanta e me surpreende sempre é um bom coração. Não há muito a dizer sobre isso, além de que muito pouco nessa vida me faz suspirar e essa é uma das raras. Por bom coração entendo legitimidade na boa intenção, no bom pensar, no bom sentir e no bom agir. Isso não livra ninguém de errar, mas garante o bom descanso, a boa consciência e o resgate saudável. Só isso por hoje. Só isso :) "if I stay here just a little bit longer, If I stay here, won't you listen to my heart?" (Rod Stewart)

0 a 0 X 1 a 1

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Que me perdoem as minhas leitoras, mas mulher tem a feia mania de se queixar dos homens, achando que são todos iguais. O pior é a centralização, o controle de tudo: mulher acha que só ela sabe fazer as coisas, cuidar da casa e etc. Quando casa, faz tudo, crente que o homem que ela escolheu para viver a vida toda junto não sabe fazer nada. Reclama quando ele deixa roupa pela casa, mas acha que é assim mesmo e alimenta a brincadeira. Quando vira mãe, então, é o terror: só ela sabe dar banho, trocar a fralda, vai buscar na escola, dá papinha. Depois se queixa por estar sobrecarregada, por ter um marido que não "ajuda", se sente sozinha. Claro, né? Ela nunca deixou o homem entrar na rotina da casa nem na rotina do filho. Por isso, nós, mulheres, estranhamos quando encontramos um homem participativo, excelente pai, companheiro, aquele que não aceita ficar à margem do que acontece na casa, menos ainda ao que acontece na vida dos filhos. Como assim? Isso não é prerrogativa nossa? Ma

Tim-tim

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Conversávamos hoje sobre o vinho. Faz bem mesmo à saúde? Eu disse "sim", o problema, como em todas as coisas, é a medida. Ninguém se limita a uma tacinha de vinho por noite, mas essa é a recomendação. Aí, claro, que ultrapassando esse tanto, deixará de fazer o bem e começará a prejudicar. Eu fiquei pensando, então, na medida de tudo nessa vida. E me dei conta que, na maior parte dos meus anos, eu fui passional, fui emotiva demais, romântica, quase sempre no extremo dos meus sentimentos. Estou usando "fui", mas acho que ainda sou, só administro melhor. Tem coisa que a gente não muda, a essência é uma delas. Nunca fui muito fã dessa história de "meio". Sempre me soou meio insosso isso, meio sem vida. Em contrapartida, a ausência (oposto do excesso) é cruel, triste, nada. E, então, como faz? Sobre tão delicada questão, eu cheguei a uma conclusão: a participação do outro na nossa vida, o tal do compartilhar é fundamental. Quando a gente está em baixa, nada mai

Querido Neruda

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O teu riso Tira-me o pão, se quiseres, tira-me o ar, mas não me tires o teu riso. Não me tires a rosa, a lança que desfolhas, a água que de súbito brota da tua alegria, a repentina onda de prata que em ti nasce. A minha luta é dura e regresso com os olhos cansados às vezes por ver que a terra não muda, mas ao entrar teu riso sobe ao céu a procurar-me e abre-me todas as portas da vida. Meu amor, nos momentos mais escuros solta o teu riso e se de súbito vires que o meu sangue mancha as pedras da rua, ri, porque o teu riso será para as minhas mãos como uma espada fresca. À beira do mar, no outono, teu riso deve erguer sua cascata de espuma, e na primavera, amor, quero teu riso como a flor que esperava, a flor azul, a rosa da minha pátria sonora. Ri-te da noite, do dia, da lua, ri-te das ruas tortas da ilha, ri-te deste grosseiro rapaz que te ama, mas quando abro os olhos e os fecho, quando meus passos vão, quando voltam meus passos, nega-me o pão, o ar, a luz, a primavera, mas nunca o teu

A vida me venceu

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Minha vida deu um giro de 180º. Isso é igual a novidade todo dia, gente, trabalho e atividades novas to-dos-os-di-as. Eu já até desisti de me importar com isso, ou me preocupar, ou me enlouquecer, achar que não dou conta. Acho que entendi que a vida será para sempre assim: nada de acomodações e, quer saber? eu dou conta, sim. Chega um momento em que a gente vê tanta oportunidade e tanta lição que acaba se envolvendo mais com tudo e, claro, envolvimento gera compromisso, que gera responsabilidade, que gera atitude. Aí, com a vida tão ocupada, algumas coisas escapam um pouco. Como escrever nesse blog é minha terapia, eu vou achar um jeito de voltar à frequência que eu gostava tanto;) Ainda me pego com os textos prontos durante uma corrida, ou enquanto saio de lá pra cá, ou só de olhar uma cena corriqueira. Mas, e para parar e registrar? Tem coisa que parece até que vai derreter se eu me mexer para escrever, aí eu fico quietinha, só olhando. Acima de tudo, minha vida tem sido de emoções (

A pureza que nos resgata

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A gente sempre fala no quanto a vida muda, no quanto tudo é tão dinâmico, corrido, ninguém tem tempo, não dá nem pra ir à academia ou ao teatro. Tem Twitter, Google, notícia fica velha mais rápido do que nossa memória é capaz de esquecer. Só esse ano, pensem (e só estamos no começo de março), quanto coisa aconteceu. Tragédia, então, nem se fala. Shows, casamentos, descasamentos, carnaval. Velocidade o que mesmo? Ah, tá... humana. E falando em humana, eu me dou conta dessa minha porção em tardes como as de hoje: apesar do ruído intenso do trabalho, eu me deixei desacelerar, parei para um café, me senti voltar mais lenta, tranquila, cheia de uma "facilidade" beirando a ternura. A gente perde tanto da vida quando se entope de assunto, né? Que assuntos tão importantes são esses que valem mais do que um aconchego? Eu não entendo isso, não. Mesmo. Acho que grande parte da minha confusão mental sempre veio do fato de ser coração no corpo inteiro e ter que lidar com um pensamento rea

Enquanto durar

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Não sei se a vida é curta ou longa demais prá nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido se não tocarmos o coração das pessoas muitas vezes basta ser colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, desejo que sacia, amor que promove. Isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja curta nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura... Enquanto durar. (Cora Coralina)

Thank you

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Encontrei uma querida amiga hoje. Nos vemos muito pouco, apesar de nos falarmos todos os dias. Engraçado que, quando a gente se vê, dá alegria, uma satisfação genuína ou, como ela mesma disse, "uma saudade". Não é uma definição linda? Onde já se viu sentir saudades de alguém quando você acaba de encontrá-la? Mas, sabe que eu entendi? Entendi mesmo. Tem coisa que a gente só realiza quando vem ao nosso encontro. É assim com a saudade às vezes: só dá pra perceber que ela existia quando o objeto do afeto se materializa e dá aquele calorzinho no peito "e não é que eu estava com saudades?!". Pensando assim, e pensando na minha querida Gil, eu me dei conta de como é bom ter atenção. Não é mimo, nem holofote besta de quem se acha bacana. É atenção mesmo, consideração, dedicação. É dispensar 2 minutos do dia para enviar um torpedo, mais 3 para fazer uma ligação, talvez 10 para um conversa mais longa. E eu adoro isso. Eu e toda a torcida do Palmeiras, Corinthians, São Paulo,