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Mostrando postagens de setembro, 2009

Me escuta que eu te falo

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Ontem à noite, durante a ida a um evento com um amigo de trabalho que é bom de conversar, eu contei sobre uma perda recente. Foi um alívio enorme admitir, assumir uma definição minha, principalmente porque sou sempre mega-reservada com minhas peripécias pessoais. E, aí, a gente emendou a prosa com as estripulias da vida, os medos, relacionamentos e tal. Claro que eu soltei a máxima da minha amiga Ana que diz que a gente só tem medo do que conhece, medo de repetir. Foi, então, que me deu uma luz: é por isso que eu ando tão sem medo: quero começar uma história totalmente nova na minha casa (nova!), sem ranço algum de passado qualquer. Gente, francamente, não sei de onde vem essa certeza, mas eu a tenho: estou prestes a experimentar uma parte da vida que jamais conheci e estou muito feliz com a possibilidade. Bom, já comecei bem, rs. Fui capaz de me ouvir dizendo em alto e bom som coisas que só meu travesseiro conhecia. Libertador pra mim. E é isso mesmo, quero de fato essa transparência

No frigir do dia

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Saí de um evento impressionada com um vídeo que assisti por lá. Foi só um trechinho, mas o suficiente para me causar curiosidade e me fazer correr para o Youtube e vê-lo inteiro. Não sou lá muito fã da Lady Gaga e a letra da música é bem ruinzinha. Mas, eu gostei do ritmo e entendi as cenas. Entendi do meu jeito, mas entendi. Depois que você assistir (o link está aí no título do post), me diga o que achou, se pensou a mesma coisa que eu. Fora isso, um twitteiro famosinho postou que mulher só se apaixona por dinheiro. Claro que eu tinha que refutar e disse a ele que mulher, depois que se sente amada, não aceita nenhum outro tipo de moeda. Continuando o dia, falei a uma amiga que sofria uma desilusão que a gente só se desilude com quem ama. Já viu alguém que não nos diz nada ou não gostamos nos entristecer? Deles não esperamos nada: se vier algo de bom, ok; mas já nos prepraramos para qualquer coisa ruim. Já quando se ama... a esperança pode até morrer, mas demora, luta, reluta, briga at

Para viver o remanso

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Nas minhas últimas "férias" (se é que se pode chamar uma semana de férias) fui convidada por uma parceira de negócios a ficar na casa dela, um casarão numa praia bonita. Aceitei, achando que me sentiria a vontade, mas foi puro engano. Meu encabulamento foi tamanho que biquini só com canga, shorts e camiseta. Resultado: a brancura da ida foi a mesma da volta. Agora, às beiras de mais um feriado, recebi outro convite desses, dessa vez para uma montanha bem charmosa. Eu? Declinei. Viagem para ser relaxante só se for 100% lazer. Então eu escolhi um lugar desses que tem rei, acho que chama Pasárgada, e vou ficar por lá, olhando o vento, tomando sol, desejando recuperar uma inocência destruída por puro descuido meu. Às vezes a gente erra, né? Mas, eu andei errando muito, arriscando muito e preciso de perdão. Um tipo de perdão que só eu posso me dar. Esses dias de descanso servirão para isso: para eu voltar a sentir um amor tão forte por mim mesma que seja capaz de me redimir.

Põe no blog!

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Tivemos hoje uma longa discussão sobre blog, site, informação e blá-blá-blá. Defendi os blogs com unhas e dentes e achei engraçado porque, até pouquíssimo tempo atrás, a discussão era entre impresso e internet, num claro preconceito contra a vida virtual. Ninguém acreditava em e-commerce, nem em jornalismo em portais (heim, portal?). Pois é. Há algumas semanas, durante o Digital Age, diversos números e pesquisas sobre redes sociais foram apresentados. Dentre as pesquisas, o que foi dito é que as pessoas estão cada vez mais interessadas em conteúdo pessoal, opinião, envolvimento, participação. Outra pesquisa diz que o funcionário que usa blog, Twitter e família são mais produtivos, mais parceiros, mais transparentes e, sobretudo, mais criativos. O maior sucesso na TV tem sido o reality show e há uma explicação: o mundo frio deixou de encantar, as pessoas querem a vida real. Claro que há muita bobagem nas mídias sociais, mas o mesmo é verdadeiro no mundo impresso, na TV, no rádio. Mau go

Devolvo-me

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Algumas pessoas que acompanham meu Facebook e Twitter sabem que eu trabalhei numa "trasnformação" ontem com a Cris Arcangeli. Como ela mesmo disse, é mais uma revelação do que transformação porque tudo já estava lá, os mimos e cuidados só valorizaram. Eu fiquei pensando nisso e no quanto a gente vai se escondendo devagar: primeiro com pequenos boicotes, e, depois, quando pega gosto pelo anonimato, com grandes descuidos. Deixa a pele ficar sem brilho, deixa o brilho perder o olhar. O sorriso ganha mais do que timidez: ganha vergonha, uma desistência de alegria, um forçado "tudo bem" capaz de passar ileso pelo porteiro, mas jamais para quem nos conhece e ama de verdade. Mas, mesmo quem nos ama não é capaz de nos devolver o viço. Talvez porque pouquíssimos amantes sejam corajosos o suficiente para ver e incentivar o outro a brilhar. Já pensou no trabalho? Por isso, claro, a lição fica por conta de cada um mesmo. O exercício efetivo da melhora da auto-estima só pode ser

Minhas cartas

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Me lembro de escrever poesia aos 7 anos. Aos 8, ganhei um prêmio na escola (a coleção completa do Sítio do Pica-Pau Amarelo) pelo meu desempenho nas aulas de Português. Diário, poemas, avaliações sobre a vida aos 11. Quem segurava? Foi dos 15 aos 17 meu ápice: era tanto papel escrito que as amigas começaram a ler e a opinar. Algumas incentivavam, outras compartilhavam, a maioria se encontrava naquelas palavras. Época fértil :) Não sei bem porquê, mas parei de escrever perto dos 18 e fiquei anos sem me expressar nem mesmo por bilhete. Que coisa essa falta de lembrança, esse esquecimento do quanto era bom dizer. Continuei lendo muito e sem nenhum apego: meus livros, depois de lidos e diferente dos meus CDs, eram de quem quisesse. Foi preciso um homem de belíssimas e apaixonadas declarações para me acordar daquele quieto exercício de sentir-pensar-e-nada-mais. Comecei por retribuir tudo o que dele recebia: gigantescos emails românticos, bem traçados, queridos. Que época mais do que

O melhor e mais bonito poema

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"Um sábio me dizia: esta existência, não vale a angústia de viver. A ciência, se fôssemos eternos, num transporte de desespero inventaria a morte. Uma célula orgânica aparece no infinito do tempo. E vibra e cresce, e se desdobra e estala num segundo. Homem, eis o que somos neste mundo. Assim falou-me o sábio e eu comecei a ver dentro da própria morte, o encanto de morrer. Um monge me dizia: ó mocidade, és relâmpago ao pé da eternidade! Pensa: o tempo anda sempre e não repousa; esta vida não vale grande coisa. Uma mulher que chora, um berço a um canto; o riso, às vezes, quase sempre, um pranto. Depois o mundo, a luta que intimida, quadro círios acesos : eis a vida. Isto me disse o monge e eu continuei a ver dentro da própria morte, o encanto de morrer. Um pobre me dizia: para o pobre a vida é o pão e o andrajo vil que o cobre. Deus, eu não creio nesta fantasia. Deus me deu fome e sede a cada dia, mas nunca me deu pão, nem me deu água. Deu-me a vergonha, a infâmia, a mágoa de andar

A poesia do Twitter

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Eu sou apaixonada pelo Twitter. Acho útil, acho inteligente, me estimula a visitar lugares na internet que eu, por conta própria, jamais visitaria. Além disso, me põe a ler o pensamento de gente, no mínimo, criativa. Isso é interatividade da boa. E uma coisa interessante são as respostas que a gente recebe. Fala-se diretamente com alguém ou joga-se uma pergunta no ar e pronto: manifestações aparecem por DM, reply ou e-mail. Hoje, exaurida da semana de 80 dias, pedi uma poesia. Gostei dessa, mas a melhor irá no próximo post... merece exclusividade. Beijos, feliz Natal ;) A inteligência sem amor, faz-te perverso. A justiça sem amor, faz-te implacável. A diplomacia sem amor, faz-te hipócrita. O êxito sem amor, faz-te arrogante. A riqueza sem amor, faz-te avarento. A docilidade sem amor, faz-te servil. A pobreza sem amor, faz-te orgulhoso. A beleza sem amor, faz-te ridículo. A autoridade sem amor, faz-te tirano. O trabalho sem amor, faz-te escravo. A simplicidade sem amor, deprecia-te. A

Por que?

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Uma pessoa importante demais na minha vida me disse, certa vez, que eu não deveria dar importância àquilo que não tem importância e que nem deveria transparecer qualquer intenção de demonstrar a falta de importância. Entendi, dei razão e foi o que eu fiz recentemente. Por que é, então, que eu estou com a sensação de que deveria ter deixado claro a falta de importância, ter brecado, transparecido meu recado? Não seria importante deixar a desimportância clara? Estou me perguntando isso. Aceito opiniões. Beijos

Em bom português

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Ok, pessoas, antes do desfile de 7 de setembro, a tradução do sermão do padre Flynn :) Beijos, bom feriado! "O que fazer quando não temos certeza? Esse é o tópico do meu sermão de hoje. Quando o presidente Kennedy foi assassinado no ano passado, quem de nós não se sentiu perdido, em profunda desorientação, sem esperança? 'Para onde ir? O que fazer? O que digo para os meus filhos? O que digo para mim mesmo?' Foi um tempo de sentarmos juntos, unidos no sentimento de falta de esperança. Mas, pense nisso: seu desespero era o que o ligava ao seu companheiro. Foi uma experiência pública terrível, mas estávamos nela juntos. Imaginem o quão pior é para um homem solitário, uma mulher solitária atingidos por uma tragédia particular... 'Ninguém sabe que estou doente, ninguém sabe que perdi meu querido amigo, ninguém sabe que fiz algo errado'. Imaginem a solidão. Agora você vê o mundo pela janela: de um lado do vidro, pessoas felizes e sem problema e, do outro, você. Quero con

O sermão do padre Flynn

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Gente, com tanta chuva, o melhor programa desse mundo era mesmo comer e assistir filme. Foram 3 hoje, seguidos, acompanhados de pipoca, morango, bolo, sopa e muitas lágrimas (ah, os filmes foram tão sensíveis, tão bons...). O trecho abaixo é do comecinho de Dúvida (com Meryl Streep e Philip Seymour Hoffman), trata-se do sermão do padre Flynn. Forte :O "What do you do when you’re not sure? That’s the topic of my sermon today. Last year, when President Kennedy was assassinated, who among us did not experience the most profound disorientation? Despair? What do I say to my kids? What do I tell myself? It was a time of people sitting together, bound together by a common feeling of hopelessness. But think of that! Your BOND with your fellow being was your Despair. It was a public experience. It was awful, but we were in it together. How much worse is it then for the lone man, the lone woman, stricken by a private calamity? ‘No one knows I’m sick.’ ‘No one knows I’ve lost my last real fr

Patrícia e sua saudade

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Lembram da Patrícia, a pessoa que conheci durante um seminário e que me impressionou muito pela intensidade? Pois é, lendo meu blog ela viu o cometário que fiz sobre ela e tal. Fez uma observação por lá, explicando melhor aquilo que eu não havia entendido na sua total dimensão. Adorei. Adorei. Aí, de presente, ela me enviou algumas coisas que tem escrito. Estou insistindo com ela para que faça um blog: história não falta! Vou continuar insistindo até que ela nos brinde com um tanto da sua sensibilidade. Uma dos textos que recebi da Patrícia está logo abaixo. Fala da saudade. A dela, mas que é parecida com a nossa. Um beijo, obrigada Patrícia :) Ausência sua cabeça no meu travesseiro, a minha volta, suas memórias, meu pobre corpo, sua ausência não entende, assim, persisto, uma insistência ilógica, onde fantasio, e sempre te recrio, e neste exercício louco, entre vida e memória, me confundo e me perco. Tento como dever diário, fazer de minha rotina, um ritual de desapego, no entant