As lições do amor
No sábado ouvi uma história de amor rompido. Não foi o caso de um dos dois ter deixado de amar, nem uma traição de qualquer tamanho, que provocou a separação. Foi um tanto de imaturidade mais a coisa da vida que insiste em ensinar desse jeito torto mesmo.
E aí, eu fui acompanhando os detalhes do depois, daquilo tudo que se faz quando um aborto desses se dá sem preparo algum. A gente meio que enlouquece, sai procurando pistas da pessoa querida, fuça Orkut, Facebook, Twitter. No caso dos dois da história, ambos seguiam esse rumo, ainda estavam apaixonados. E acabaram descobrindo coisas nada desejadas e enlouqueceram na dor do amor e se magoaram ainda mais. Disseram "fiz por amor" e o outro também, mas o orgulho destrói e eles estão destruindo o que eu assisti tão grande.
Chorei por dentro ao ouvir, assim como choro agora. Sempre acho triste um fim, mas finais como esse me machucam ainda mais porque ainda havia (ou há) um sentimento enorme, obrigatoriamente sufocado, latente, dolorido.
O interessante é que ontem presenciei uma história inversa: um namoro de adolescência, esquecido já, voltou após ambos terem casado e tido filhos. Foram 33 anos de separação.
Não sei quais instrumentos a vida usa para ensinar o que quer que seja. Temo e respeito essa coisa toda de destino, carma, seja lá que nome isso tem. Discordo e me revolto às vezes, também, pra depois me aquietar e voltar a acreditar no propósito daquilo que é mistério pra mim.
Voltando pra casa na noite de domingo, passei por caminhos antes muito visitados por mim e senti o cheiro do passado. Não há como não sentir o nó na garganta. Histórias alheias e as nossas acabam emocionando igual, principalmente para quem vive de emoção como eu.
O bom é deixar metade pra lá e metade guardado. Emoção, sim, mas com qualidade de saudade, não de dor.
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