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Mostrando postagens de outubro, 2010

De tudo, nada se conclui

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"Nem sempre": acho que essa é a frase que mais digo nos últimos anos. "Nem sempre" quer dizer "melhor olhar sob outro ângulo", "melhor ouvir a outra parte", "melhor não julgar pela aparência", "melhor, melhor... melhor entender que, espremendo bem, todos nós somos bem parecidos no final". Assim, portanto, não adianta rotular muita coisa (ou quase nada) e é melhor reparar que, apesar da roupa bonita ou do tipo descolado, tem muita gente sofrendo enquanto reage com soberba. Acho engraçado como a gente vai tendo cada vez menos certezas para algumas coisas e um pouquinho mais (só um pouquinho mais) de certezas a respeito de outras. Normalmente, essas certezas "mais certas" são só sobre o quanto as motivações de cada um podem divergir, mesmo usando os mesmos meios e alcançando os mesmos fins. Conheci uma moça homessexual que tinha tanto preconceito consigo mesma que via preconceito em todos os lugares. E isso acontece n

Amor e verdade

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Ontem eu ouvi histórias sobre os comentários dos meus sobrinhos, aquelas perguntas embaraçosas que só as crianças sabem fazer no meio do nada. Por essas e outras, a gente sempre acha que as crianças são inteligentes demais porque "pegam as coisas no ar". Por "pegar as coisas no ar" entende-se prestar atenção aos sinais e frases truncados que nós, adultos, "deixamos escapar" de vez em quando. Acredito que um dos maiores dilemas da vida adulta é saber quando e como falar e quando calar. A dúvida nasce do medo da reação do outro, da ruptura que pode acontecer e da contrapartida que poderá vir. Afinal, o que os adultos mais desejam nessa vida é ter controle de tudo. Por conta disso pensamos que perdemos a capacidade de "pegar as coisas no ar". Não perdemos, não, nunca, apenas fingimos e preferimos adiar o que pode ser uma discussão para um ponto tão distante que pode tornar-se irreparável. A dúvida sobre nossa capacidade de falar direito, de maneira