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Mostrando postagens de julho, 2010

Com que ouro eu vou

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Eu percebo quando faz tempo que não blogo por dois motivos: 1º pela síndrome de abstinência, 2º porque os amigos começam a cobrar "tirou férias do blog?". Mas, há épocas assim mesmo: falta tempo, falta tempo demais. Assunto, não, tem sempre sobrando, tantos que esqueço quase tudo :0 Hoje mesmo precisei ir a um município vizinho e a viagem foi riquíssima. Preferi ir de fretado e foram quase 3 horas, entre ida e volta, de leitura tranquila sob a direção de um motorista igualmente sossegado e sem pressa. Ainda estávamos na Av. Paulista quando dei uma olhada nos ônibus ao redor: lotadíssimos, nervosos, motoristas acelerando mesmo parados como se quisessem passar por cima daquele mar de carros. Nós, no fretado, estávamos enfrentando o mesmo trânsito, mas com ânimos completamente diferentes. E aí, eu fiquei pensando: a gente passa a vida querendo ser fretado, mas acaba mesmo é sendo ônibus comum. E sabe por que? Porque a gente deixa tudo o que está fora interferir no nosso humor e

Farofa boa de amor

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Já faz algumas semanas que ando com uma certa inspiração para cozinhar. Nada de mais, não, sou bem feijão com arroz e salada, nunca tive o dom para essa arte. De vez em quando sai uma massinha boa ou um risoto marromeno, mas meu forte mesmo é degustar. Hoje, respondendo à inspiração, preparei o almoço de domingo. Acho que é coisa de amor essa história de ir para a cozinha de vez em quando e preparar com cuidado e dedicação uma coisinha bem gostosa para quem vive conosco. Mas, um detalhe é mega-importante: além do sabor bom, a comida precisa ser saudável. Entre outras cositas, preparei uma farofa ma-ra-vi-lho-sa. Pode copiar, recriar, aproveitar a vontade. Não tem medida, não, pode misturar a gosto que vai ficar gostoso. Dá uma olhadinha: 1. refoguei a cebola em pouco óleo; 2. acrescentei farinha de mandioca torrada, fibra de farelo de trigo integral torrada e farinha de linhaça; 3. acresentei tudo picadinho: 2 ovos cozidos, 2 bananas, uma barra de tofu e sal; 4. um pouco de margarina e

Canções de Narciso

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Desde que o ser humano existe há vaidade no mundo. Pinturas nas cavernas trazem essa história, maquiagem indígena é coisa famosa, Cleópatra virou mito pela beleza. Hoje, a vaidade, mais do que nunca, virou indústria capaz de fabricar comportamentos e conceitos duvidosos, na maioria das vezes. Entretanto, essa vaidade só é poderosa assim graças a uma outra: a vaidade da alma, ainda mais perigosa. Essa vaidade, mãe do orgulho e da "superioridade", no mínimo, provoca separações. Mas é ela também que mantém pessoas aparentemente juntas: uma conhecida outro dia me disse que continuava com o namorado porque não queria dar o braço a torcer para as "outras" que o assediavam. "Você gosta dele?", perguntei. "Não sei, acho que não mais, ele me traiu muito", foi a resposta. Sinceramente, nem sei o que dizer numa hora dessas. E vamos ser justos, não é só mulher que se deixa arrebatar pela danada da vaidade: os homens, na ânsia de "demarcar território&quo

O caso Bruno

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Casos como o dessa moça Eliza e do jogador Bruno, do Flamengo, mais do que me espantar, me entristecem profundamente. Voltando um pouco na história do rapaz, pelo que ouvi e li, o jogador foi abandonado pelo mãe com poucos meses de vida e o pai faleceu logo, depois de cumprir pena por homicídio e afins. Criado pela avó, Bruno tentou reaproximar-se da mãe sem sucesso. Alcóolotra, essa senhora hoje está internada para desintoxicação e a avó, que criou o rapaz, anda sedada ultimamente, dado o choque pela suspeita de homicídio contra o neto. Independente se Bruno matou ou não Eliza, o filho do casal já nasce com o carma bem parecido ao do pai. Assustador. Se foi Bruno o autor do crime, essa criança viverá sob o signo inominável do verdadeiro terror. Que valores essa criança carregará? Que emoções lhe foram amputadas? Terá ele alguma escolha de viver sem essa sombra? Sua vida foi, prematuramente, dirigida ao lixo? Ainda ontem comentava que acredito muito que características físicas similare

2014 tem mais

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Eu entendo lhufas de futebol e acho até meio bobo aquele bando de homem correndo atrás de uma bola enquanto bilhões de pessoas se roem atrás do melhor resultado para "seu" time. A comoção, especialmente do brasileiro, que deixa de trabalhar para pintar-se de patriota, me incomoda, sério. Já viu brasileiro usar verde e amarelo em outra ocasião? Já viu brasileiro se monopolizar tanto, TANTO, para reivindicar algum direito, lutar contra a corrupção, eleger (ou não) algum político, falar da saúde pública, transporte, educação? Nananinanão. Brasileiro gosta é de diversão, qualquer outra coisa é chata demais para merecer sua atenção. Outro dia, precisei me descolar entre o primeiro e segundo tempo e fiquei impressionada: São Paulo nunca esteve tão quieta e vazia, nem em feriado. O único ruído que se ouvia era da torcida e dava até pra saber a quantas andava o jogo. Um circo, sorry, um circo mesmo. E a televisão, então? Nunca vi tanto tempo dispensado a um assunto, nem o impeachment