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Mostrando postagens de novembro, 2008

Ê lê lê...

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Hoje eu participei de uma cena surreal que me tirou do sério. Estava eu aguardando, na portaria de um prédio, ser atendida pelo porteiro para liberar a minha entrada. O rapaz de 20 e poucos anos precisava recadastrar o sujeito à minha frente quando o mesmo resolveu ter um chilique. Agrediu o pobre moço verbalmente, telefonou para o escritório aonde ele teria que ir para reclamar do serviço do prédio, falou alto, se sentiu um galo. Eu fiquei indignada, completamente. E, com a voz mais calma desse mundo, chamei o dito cujo de ignorante. Com certeza, ele não esperava por isso, ficou vermelho, falou mais alto ainda, repetindo todos os insultos que já dissera. Fiz questão de esperar o responsável pelo escritório que o talzinho iria visitar, que resolveu descer para amainar os ânimos, para contar o absurdo da situação. Foi o que fiz, afinal. Entretanto, ver o porteiro tremendo pelo constrangimento pelo qual passara me deixou mais furiosa ainda e acabei dando uma de xenófoba (o sujeito era es

Estica e puxa

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Notícia do Globo.com: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobrevoou nesta quarta-feira as regiões mais atingidas pelas chuvas em Santa Catarina, onde já morreram 97 pessoas, e não 99 conforme a Defesa Civil local informara anteriormente, e destinou cerca de R$ 2 bilhões para ajudar as vítimas e a reconstrução do estado e outras regiões do país atingidas por secas e enxurradas. Triste a situação, desesperadora. Noventa e sete mortos, cidade inundada, corações desolados. Desesperançados. Impossível imaginar o que aquele povo esteja sentindo. Duvido que qualquer pessoa que olhe nos olhos dos moradores de lá consiga ficar imune àquela dor. Mas, eu acho que, apesar de tudo, a gente deve e precisa tirar uma lição daqui. Desde 1983, quando uma inundação deixou 49 mortos e quase 200.000 desabrigados, os estudiosos alertam sobre a ocupação irresponsável das planícies, o desmatamento e diversos outros fatores geoambientais. O que foi feito desde então? A região continuou sendo ocupada desorde

Murilo Rosa

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Gente, coisa mais fofa desse mundo a entrevista do Murilo Rosa à Marília Gabriela, no GNT. Qualquer hora, a gente fala desses homens tão especiais, que amam e cuidam, e são en-can-ta-do-res. E melhor: existem! Beijos

Amigos e poetas

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Ontem eu conversava com uma amiga pelo msn quando escrevi um "I know!" em resposta a uma afirmação dela. Mas, não foi um "I know" qualquer. Na minha cabeça, eu gritei um "I know" igualzinho à Monica, de Friends. Explico: eu assisto Friends há um tempão, desde que entrou no ar, em 1994, conheço trechos inteiros de vários episódios e morro de rir de verdade. O sitcom saiu do ar em 2004 e até hoje as reprises me aliviam a alma. Mesmo. Adoro as bobagens, as sacadas, sobretudo a transparência entre os seis amigos que, com todas as diferenças, construíram uma amizade tão gostosa que todo mundo pensa que é verdade (ou será que sou só eu?). Assim como em Sex in the City, Friends tem personagens bem distintos, exagerados na expressão pra gente conseguir se enxergar neles, e tudo com bom humor que é pra fazer sucesso. Eles moram em Manhattan e frequentam um café chamado Central Perk (com "e" mesmo), pertinho do prédio em que moram. Falando mais deles, vou

O coração de Hannah

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Hannah Jones tem 13 anos. Sua história andou pela mídia há bem pouco tempo, sensibilizou alguns, horrorizou outros, mas ninguém que soube da vida dela ficou impune: Hannah prefere morrer a continuar sofrendo. A menina, que nasceu na cidade de Marden - Inglaterra, teve leucemia aos 4 anos. Passou por 12 cirurgias e incontáveis sessões de quimioterapia. A leucemia cedeu, mas os tratamentos abriram um buraco no coração de Hanna, que funciona mal desde então e pode parar a qualquer momento. Se a menina recebesse um coração novo, correria o risco de desenvolver leucemia novamente, como conseqüência dos remédios usados para evitar a rejeição ao órgão transplantado. Em pouco anos, precisaria de um segundo transplante. Foi, então, que Hanna reinvidicou o direito de não ter o coração transplantado, pois prefere morrer em paz com a família. A partir dessa decisão, muitas teorias, conceitos e belos textos foram escritos. "Hannah está sem esperança", "deprimida", "não acre

Que príncipe que nada

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Eu me lembro da primeira vez que percebi o sentimento, o mais diferente de todos, que me fez despertar para a adolescência. Eu tinha 11, 12 anos e gostava de um menino da minha classe, da mesma idade, super-bonitinho. O engraçado é que eu falava com todo mundo, mas morria de vergonha dele e ficava muda quando o guri aparecia. Ô tempo bom... rs Naquela época, a gente até falava de namorado, amor, beijo, mas tudo era só "uma coisinha de nada", quase uma brincadeira, embora a meninada já sofresse, e escrevia no diário, fazia hora na porta da escola. Lembro do primeiro beijo, tão estranha a descoberta, mal sabia eu que aquilo seria o fim da tranquilidade dos meus patins. Não sei se eu achava que aquele menino seria o meu príncipe, meu namorado e tudo mais. Mas, de lá para cá, a memória me é bem clara e o príncipe nunca me apeteceu. Para falar a verdade, se eu fosse a Branca de Neve, namoraria mesmo era o guarda que lhe poupou a vida no meio da floresta... já começou o "rela

Tchau, Vó

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A gente enfrenta muitas perdas na vida. A primeira, eu acho, é a perda do conforto do útero, embora, pela memória tão inconsciente dessa idade, não sei se conta. Depois, a vida entra numa gangorra de ganha-e-perde sem fim: aprende a andar, perde o colo; perde o 1º dente, ganha a 1ª fantasia (a fada dos dentes, lembram?); perde a inocência do Papai Noel, ganha a linha direta para pedir o presente ao pai. Todas essas são perdas que, de uma forma ou de outra, nos enriquecem, pois trazem sempre a contrapartida do crescimento, da maturidade. Tem uma perda, entretanto, que não tem riqueza alguma, não traz alegria pois nunca haverá ganho algum depois. Trata-se da perda, pela morte, de um ente querido. Eu perdi a minha avó ontem. Na verdade, nós fomos perdendo-a nos últimos 10 anos, com toda a falta de saúde dela, com a distância, com as ausências. Acho que é aí que a morte me assusta tanto: quando eu, definitivamente, perco toda e qualquer chance de fazer alguma coisa, conquistar, conviver,

Amor-próprio ou recompensa?

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Há uns bons anos, eu disse a alguém que eu me presenteava sempre (toda semana) porque eu merecia. Afinal, eram tantas as obrigações, tantos os compromissos que era justo que eu comprasse alguns mimos para mim mesma. Na época, essa pessoa questionou a minha justificativa argumentando irritantemente (pelo menos, foi o que eu senti no então). De lá para cá, eu andei observando muito as motivações que norteavam meu consumo, e achei triste quando, ainda ontem, uma amiga comentava de uma conhecida comum e seu desequilíbrio na shopping-terapia. Imediatamente, eu me peguei pensando na diferença entre cuidar de si e tentar recompensar-se por todas as agruras a que a gente mesmo se impõe (por medo, preguiça, e mil outras razões). Esses conceitos são puramente devaneios da minha cabeça, mas acho que vale a pena parar um tiquinho para tentar encontrar alguma verdade nessa história. Para mim, cuidar de si tem a ver com tratar da saúde (toda: física, mental, espiritual), cultivar o amor e as amizade

Rodablog - Porções que se misturam

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O que uma consersa despretenciosa não é capaz de fazer, não é? Pois bem, estava eu conversando com um amigo blogueiro quando ele me contou o quanto escrever tem lhe feito bem. Aí, quando brinquei "vamos fazer o encontro dos blogueiros", ele foi logo topando! Incentivou mesmo! Agora, eu já estou pensando em como fazer isso, como divulgar, qual a intenção, cenário, periodicidade, enfim, pirei com a idéia. Logo eu, que quase não gosto de eventos mesmo... rs, ainda mais desse gênero. Já até pensei no nome: Rodablog (surgiu assim do nada, facinho, facinho). Tem muito literatura boa nos blogs, me surpreendo muitas vezes lendo alguém como se eu própria tivesse escrito aquilo. É super-bacana ver que tem muito neurônio funcionando, tentando se expressar e conseguindo com o custo de receber críticas não lá muito construtivas. Mas, tudo tem um preço, e, vamos combinar, quem critica para destruir não merece crédito, não... o negócio é deletar e bola pra frente. Outro dia, recebi um come

Monstro da palha

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Gente, vocês precisam assistir a esse vídeo do Cocoricó! É a coisa mais fofa desse mundo! E, para não perder o hábito, eu fiquei reparando no tal do Monstro da Palha, coitado. O Astolfo morrendo de medo, viajando na maionese, enquanto o tal do monstro não faz nada. Pois é, nada! Nem fala o bichinho! Só fica lá, atrás do porquinho. Se o Astolfo olhasse pra ele, veria que nem é feio nem nada, é só uma coisa! Isso sem falar na letra da música. Coisa linda. Igualzinho a gente quando tenta imaginar o futuro. No final, o porquinho consegue o que quer após muito sofrimento (à toa, porque nada acontece de fato), fica rouco, uma tragédia. O interessante é que ele termina assim: "a gente é porquinho mas já sabe se virar". Uma graça. "Já sabe se virar..." Assistam ao vídeo, please, please, please. Não há como não sorrir, como não se encantar. Aliás, obrigada Gabi, obrigada Rodrigo. Ambos enviaram coisas lindas para "a manhã cinzenta de segunda-feira". A letra da músi

Chistes necessários

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Ai, gente, tem hora que é preciso apelar. Buscar por aí a graça que uma segunda-feira cinzenta não tem, ainda mais quando a semana já começa com poucas horas de sono. Resolvi fazer uma pausa "light", remexendo em cabeças alheias só para distrair. Fucei no blog do meu amigo Fabrício, que fala hoje sobre o MAU (assim mesmo, em letras maiúsculas) na internet. O assunto é sério, exige proliferação, mas o que eu queria era uma novidade boa, divertida. No hall de blogs amigos do meu amigo, eu encontrei "Uma dama não comenta" e ri sozinha. Super-leve, bem-humorado, blog bacaninha de verdade. Esse é o tipo de exercício que tem me feito um bem danado, principalmente em tempos como esse, com uma notícia pior do que a outra na TV, no jornal, nas Curitibas da vida. Respirar fundo, olhar pela janela, ouvir música boa, falar com alguém sem comentar de trabalho, almoçar em outra vizinhança. Caminhar por ruas novas, reparar nas casas, sentir como São Paulo é grande e a gente dá con

Cuidar do que importa

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Tem gente que nos faz um bem danado, não é? Ficar perto delas extrai nossa porção melhor, faz a gente ver o que quer da vida, ajuda a definir até aquilo que não queremos mais. Estou falando isso porque tive uma semana bem cheia, nem tempo para escrever nesse blog querido eu consegui, mas foi uma das minhas melhores semanas desse ano, graças a essas pessoas. Pra começar, após alguns contatos tímidos nos últimos 2 meses, eu (re)encontrei uma parte da família que eu não conhecia. Essa aproximação me fez lembrar do meu primeiro post, o Nascimento da Gema: " É assim que dá saudade, uma saudade danada das pessoas queridas que são minhas raízes, mãe, irmãos, sobrinhos (gente, são 4!) e também daquelas pessoas que não pude conhecer porque o mundão é grande e o povo se espalha. Tem, ainda, aquele galho da árvore genealógica que se perdeu, não por morte morrida, mas por morte do descuido. Essa é a pior morte: quando não faz tanta falta assim, ou, pelo menos, a gente acha que não ". Não

O importante é perguntar

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Pois é, gente, não tem jeito: blog é intimista mesmo. Ando por aí, visitando endereços que falam de cinema, política, moda, etc, mas, no final das contas, o que cada um quer mesmo é dar sua opinião, dar voz àquilo que normalmente a gente nem fala, sei lá eu porquê. É tão bom conversar, não é? Essa semana eu falei e ouvi um bocado, até papo pra lá de profundo como a existência de Deus rolou. Confesso que foi a prosa que mais me impressionou, dada a delicadeza do tema e a delicadeza madura de quem conversava. É bonito sentir o respeito que se dá e recebe numa hora dessas. Que a vida é arte e engenharia a gente nem precisa falar. Peixes, flores, cabritos, terra, água, céu: "só" isso já seria suficiente para fazer ulular qualquer criatura. Para piorar um tanto mais, a gente ainda tem a humanidade. Aí, pronto! Como se não bastasse pensar e criar, a gente ainda carrega sentimentos, guarda lembranças (onde???), tem memória pra tudo (cheiro, fisionomia, tato, sabor). E sonha! Como é