Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2008

Falta muito?

Imagem
Amanhã é feriado, sábado e domingo, Ano Novo É dia de festa, de saudade, tudo de novo Pode chover, pode gear Cair o mundo Pode a terra até tremer E vai tremer Amanhã é dia de amor Reencontro, comemoração, aniversário Deixa a manhã chegar A tarde cair, a hora derramar O mundo todo vai silenciar A banda vai parar pra assistir o tempo parar E assim, feito adolescente apaixonada, Eu vou tentando rimas, buscando palavras Sabendo que feliz é encontrar sem combinar mesmo O teu abraço de pastor Tuas mãos de senhor Teu peito de amor E a tua boca de vampiro Amanhã é dia 30 de outubro Feriado E estaremos fechados em nós Esquecidos do mundo Falta muito para chegar amanhã?

Bailarico noturno

Imagem
Pensar na vida é um risco toda vez. Eita viagem que não cansa. Numa dessas, eu elucubrei um bocado, dancei balés distraídos, me confundi. E cheguei ao seguinte debate: se fôssemos vender a vida a um objeto, a uma gota (ou pinça, borboleta, whatever) quais seriam nossos argumentos para convencer o provável comprador? O que diríamos a respeito do nascimento, dos anos, da escola, do crescimento? Falaríamos dos pais, do avós e tios, dos irmãos, amigos, lugares, saudades? Desentendimentos? Viravoltas? Comentaríamos das possibilidades infinitas a serem construídas dia-a-dia ou do destino como um pacote fechado, adquirido com antecedência e garantido pelo acordo pré-nascimento? Venderíamos a certeza de momentos felizes e escreveríamos as dores em letras miúdas? Ou seríamos éticos e diríamos com naturalidade para não assustar "olha, vai acontecer uma dor aqui e outra acolá, e, às vezes, fases inteiras de tristeza"? Seriam como efeitos colateriais ou defeitos de fábrica? Haveria troca

Esses moços

Imagem
Hoje, uma amiga me contava quão triste ela estava por causa do namorado. Entrou em detalhes da história deles, mas, basicamente, me dizia que o problema era ele, que ele isso e aquilo. Difícil ter o que dizer numa horas dessas porque a pessoa está lá, fragilizada, querendo só ouvir que tudo vai dar certo. E ainda tem que ser um "tudo vai dar certo" com conteúdo, embasado na vontade genuína de ajudar, senão, não rola, ao invés de ajudar, a gente piora. Minha maior dificuldade em momentos como esse é que eu realmente acredito que cada história seja única, que verdades são individuais e empíricas, como escrevi outro dia. Por isso, tomo todo o cuidado do mundo antes de "aconselhar" alguma coisa baseada em experiência minha. Prefiro ouvir mesmo e, se possível, fazer com que a pessoa se ouça e, por si só, perceba e melhore. Entretanto, essa nossa conversa me fez pensar a respeito do universo masculino e suas relações conosco, mulheres. Aí, sem pretender ditar lei alguma,

A caminhada Parte II

Imagem
Eu sempre fui curiosa com essa história de vida, destino, carma, etc. Estudei um bocado algumas religiões, frequentei Gnose um tempão, fiz terapia junguiana, Path Work (**), meditação, me reconheci budista e comecei psicanálise. Sou adepta há 13 anos da corrida, já joguei tênis, nadei muito, adoro bike. Minhas procuras por respostas são as mais diversas, procuro na mente e no corpo, minha curiosidade nunca passou. Deve estar na minha genética: sou filha de geminiana, aquele signo cheio de inquietação, indisciplina e natural inconformismo. Além, claro, de ter Aquário (ô coisinha que pensa) no meu ascendente e Escorpião (bicho profundo) na minha lua. Para completar, Sol em Touro, que não desiste nunca. Algumas dessas vertentes de estudo dizem que todos nós nascemos completos, iluminados e perfeitos. E que, ao crescer fisicamente, vamos decrescendo espiritual e emocionalmente. A grande busca é, portanto, o caminho de volta, unir as pontas da serpente (boca e cauda), encaixar o coração no

A caminhada da sapa

Imagem
Uma vez, eu ouvi "é assim que é, paciência". Confesso que fiquei chocada na época. Acostumada a ter a rédea de muita coisa na minha vida, foi um balde de água fria ouvir que não tenho controle sobre certas coisas. Imagine que pretensão a minha, se até as flores da minha casa independem da minha vontade, que dirá o futuro. O fato é que eu entendi a frase, mesmo que ela tenha sido dito de uma maneira desagradável, e, na verdade sempre concordei com ela: há que se ter paciência para viver bem. Todo mundo sabe disso. E a gente se morde de raiva por causa disso. Quem é que nunca quis pular no tempo, dar um salto e, como num passe de mágica, ver a vida diferente? Entretanto, correndo todo o risco do mundo de parecer piegas, nada traz mais sabor à conquista do que o caminho, as curvas todas, os buracos que parecem não ter saída, os degraus gigantes e os nem tanto. Eu tenho certeza de que quem me lê concorda também. A chatice é que a gente esquece disso quando está lá, se arrastando

Nuvens de melancolia

Imagem
Há dias em que tudo conspira para nos levar a uma viagem. Normalmente, encontrar quem há muito não vemos, rever caminhos antes cotidianos, uma música, um cheiro, um movimento do passado nos induzem a remexer em baldes de água gelada. Dias assim costumam nos encher de melancolia, aquele sentimento de vaga tristeza que favorece a meditação. Pois bem, o meu dia começou com o encontro, por acaso, com uma pessoa que trabalhou comigo há anos e isso fez alguma coisa ficar pelo meio no meu coração. Foi um tal de "lembra disso, lembra daquilo, fulano está assim, sicrano faz tempo que não vejo". Carinhosa como sempre, a Beth se despediu anotando seus números e e-mail, "não esqueça de me ligar, heim?", e se foi, me deixando com aquela sensação de sei lá o quê. Para completar, por um desses desatinos inexplicáveis que Freud pode explicar, me confundi nos caminhos e acabei andando por ruas que me levaram a um tempo nem tão longe assim, mas que parece tão distante da minha vida

A humanidade que envergonha

Imagem
Às vezes, até eu me acho radical. Quando percebo que posso estar exagerando, juro que tento relevar, mas, gente, eu acho um a-b-s-u-r-d-o certas coisas. Outro dia, 1 milhão e meio de pessoas ficaram sem luz, num bairro aqui de São Paulo, porque um sujeito decidiu chamar a atenção subindo numa torre de anergia. Aí, já viu, para que os bombeiros pudessem salvar o "coitado", a Eletropaulo precisou desligar o fornecimento de luz na região. Isso durou horas. Eu pergunto: é justo? E, agora, por conta de um namoro rompido, um rapaz mantém em cárcere a namorada e uma amiga há 3 dias. A polícia e a imprensa estão de plantão durante todo esse tempo e eu pergunto de novo: esse mundo de policiais não podiam estar atendendo a outras necessidades? São Paulo é grande demais, há violência por toda parte e, além disso, os policiais civis estão em greve (pois é, está faltando ainda mais segurança nas ruas). Isso sem falar que, em virtude do isolamento da área, milhares de pessoas estão sem sai

A história da caminhada que começa com o primeiro passo

Imagem
Gente, como vocês sabem, há alguns meses deixei a vida de batedora de cartão para fazer meu sangue empreendedor circular novamente. É, eu criei coragem e dei vida à YellowA, empresa que faz aquilo que eu adoro: falar com pessoas e contribuir para o sucesso de seus negócios. A YellowA ganhou esse nome porque a flor de acácia mais conhecida é amarela, e A de Acácia, claro. Além do mais, eu e o Rodrigo temos uma história super-bonita com esse nome, coisa de começo de paixão que dura até hoje. Para completar, a cor amarela é sinônimo de comunicação no mundinho holístico e é a cor do ouro. Imagine, ganhar dinheiro comunicando... até eu que sou mais boba! Enfim, após 5 meses de atividade "solo", entrou no ar meu mais querido projeto: o Portal NetBelle. De novo, aqui tem os neurônios sabidos do Rodrigo que me orientou e planejou tudo comigo. Até desenhou, para ficar mais fácil para essa leiga internauta que vos fala. Quero apresentar, oficialmente, o portal e pedir a visita: www.por

Eu e os meus botões

Imagem
Engraçado como os recursos mudam, mas as pessoas continuam as mesmas. Outro dia, recebi um "questionário" por e-mail (sabe aqueles que a gente devolve e manda para outros amigos respondendo a cor favorita, melhor filme, melhor momento?). Lembro que, quando eu era adolescente, a meninada escolhia o caderno mais bonito, preenchia com uma pergunta em cada página e dava para os amigos "revelarem" ali seus hobbies e paixões secretas. Pois bem. Eu fiquei com vontade de fazer isso aqui e de um jeito mais livre, já que não tem ninguém me perguntando nada. É sempre bom dar uma parada para responder algumas coisas a si próprio, entender um gosto, dar contorno, motivo para o jeito de ser. Não por nada, apenas para conhecer. E gostar de saber como a gente é, no detalhe. Se eu fosse escolher a melhor cidade do mundo para viver, eu diria essa mesma, onde vivo. Foi aqui que eu aprendi quase tudo que sei até hoje; o que mais ouço ultimamente: Cold Play, Viva la Vida; o que ouvia an

Navegantes da garoa

Imagem
" Desveste o coração das plumas e dos pesos da existência Deste portal em diante só existem paisagens: os riscos esboçados dos pórticos do olhar Neles não cabe ciência, sequer filosofia, mas o simples gozo de vagar." Esse é um poema chamado "Ao Navegante", da Angélica Torres. Tem tanta gente fazendo coisa boa que é um desperdício deixar de olhar, nem que seja por alguns minutos. De alguma forma, essas belezas ficam registradas nos canto da alma e nos socorrem quando precisamos de um pouco de conforto. Ainda mais vivendo aqui, nessa banda cinza do Brasil, em tempos sem sol e sem descanso. Mesmo com céu fechado e tudo, congelando com os 11º C de ontem e no meio daquele mundaréu de gente da avenida Paulista, eu assisti uma São Paulo maravilhosa. Aqui tem trânsito, barulho, poluição e um tempo que ninguém aguenta. A gente nunca sabe o que vestir: é verão em pleno inverno, inverno na primavera, duas ou até três estações no mesmo dia. Haja sa

Cara-pálida

Imagem
Tem gente curiosa escrevendo sem se identificar :) Eu acho graça, mas, vamos combinar... seria muito mais adulto e honesto dizer o nome! A criatura que me escreveu perguntava se, devido ao post em que eu falava sobre contradições, eu sou uma pessoa instável em meus sentimentos. Ok, respondo: não sou instável em meus sentimentos, eu sou flexível em minhas opiniões e não tenho pudor algum em mudá-las. Outra coisa: eu namoro, amo de paixão, adoro e admiro demais o homem que está comigo. E é ma-ra-vi-lho-so viver com ele nesse mesmo mundo. Se assim não fosse, melhor seria ficar sozinha, como disse ao meu irmão caçula. Pois, então, anônimo, sensibilize-se com o texto antes de anunciar-se sem rosto novamente... Beijo

Feliz Ano Novo

Imagem
Pois é, fiquei boquiaberta quando vi panetones e enfeites de Natal à venda, estimativas de aumento na contratação de temporários nesse final de ano no Jornal Nacional, dicas de presentes para os mais organizados. E, para completar, minha tia me perguntou hoje: o que nós vamos fazer no reveillon? Me dá uma certa angústia pensar que mais um ano acaba. Apesar de ter a sensação de ter vivido 10 anos em 2, ainda acho que o tempo voa, sem dias suficientes para tudo que é preciso e desejado. Confesso que minha maior dificuldade em 2008 tem sido administrar as minhas prioridades, ter fluidez na realização das obrigações e do lazer. Parece que eu estou sempre devendo alguma coisa, a alguém e a mim mesma: não vejo quem quero com frequência suficiente (família, amigos e todo mundo que é querido), não termino meus trabalhos quando defino prazos até que razoáveis, não me dedico satisfatoriamente a quase nada. Ultimamente, meus únicos hobbies são esse blog que vos fala e dormir (mas, dormir não cont

Cruzamentos, paralelas e outras vias

Imagem
Outro dia, eu pensava no quanto algumas pessoas estão mais preparadas para a independência do que outras. No quanto algumas amadurecem, encontram-se, enquanto outras ainda vivem no modelo angustiante de dependência, deixando sua alegria ou tristeza em mãos alheias que, com certeza, nem querem essa responsabilidade. Tem gente que ainda acha solitário tomar conta da própria vida. Surpresa: quem depende é que vive solitário, mas não sabe, ou disfarça. Por isso, tanta gente consume tanto, se rodeia de gente que nem sabe se gosta, só para ocupar um vazio que sempre estará lá se ele próprio não preencher. Nesse meio tempo, eu falava com o meu irmão caçula que eu, realmente, por mais que queira estar junto a alguém, prefiro ficar sozinha se a relação não for boa, produtiva, ou, pelo menos, sadia. Relacionamentos doentios, que só subtraem, são como uma roupa que não me serve mais: não uso, não quero mais. Aí aconteceu a sincronicidade junguiana que eu adoro (Jung já fala dela há décadas e ain

Ilusões da ótica de cada um

Imagem
Uma amiga de muito tempo me disse, algumas vezes, que eu sou um poço de contradições. Ela tem lá suas razões, já enumerou incansavelmente minhas "inconsistências" e eu tive que concordar com parte delas. Eu lembrei disso hoje por conta de uma história acontecida ainda pela manhã, e que eu vou contar pra vocês. Só para servir como fundo de cena, eu acredito, de verdade, que cada um seja responsável pelos seus próprios atos e que não me cabe interferir na vida alheia, de jeito nenhum. Sou contra até salva-vidas na praia, pra vocês terem uma idéia. Acho o cúmulo o cara se jogar na maré perigosa pra salvar um fulano que, desrespeitando os sinais de perigo, dá uma de super-macho e entra no mar, pondo em risco a vida do coitado que está lá, pedindo pra ninguém cair na água. Pois bem, hoje, enquanto passava eu pela catraca do metrô, um homem de, aproximadademente, 40 anos, completamente alcoolizado (às 10h da manhã) tentava colocar o bilhete com muita dificuldade para conseguir pass