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Mostrando postagens de 2008

2009, minha estrela dançarina

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Quando 2007 chegou ao fim, eu achei meio injusto imaginar que 2008 pudesse ser melhor. Será que não seria um exagero? Afinal, o ano tinha sido tão intenso, tão feliz que parecia impossível que 2008 pudesse ser ainda mais. Mesmo o que foi sofrido teve seu propósito e acrescentou um bocado de maturidade e discernimento à minha vida. Mas, aí, chegou 2008 e, dia-a-dia, eu prestei atenção. Aprendi com tanta gente o tempo todo que a impressão que me dá é que vivi 10 anos em 1: 2008 termina hoje com um saldo gigantemente positivo e nobre. Conquistei, cultivei, entristeci, chorei, reinventei. Aprendi a brigar, soltei a voz, consolei, respondi (ainda falta aprender a perguntar mais). Redescobri uma paixão: escrever! E escrevi muito, o ano inteiro. Sobretudo, foi um ano em que amei. Amei de verdade, do fundo do meu coração minha família, reencontrei uma parte dela, e amei, e cada amigo de maneira diferente, com a singularidade que cada um possui. Amei meu trabalho, meus projetos e meu caminho.

A Cesar o que é de Cesar

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Era uma vez um homem que plantava espinhos. Um dia, olhando a plantação do vizinho, ele percebeu que seu vizinho colhia flores e revoltou-se, pois ele só colhia os espinhos que plantava. Viveu anos revoltando-se por isso, e continuava colhendo espinhos, sem entender porquê. Certa manhã, esse homem, pela primeira vez, sentiu vontade de colher flores também. Entretanto, ainda cultivando espinhos, só espinhos conseguia colher. Ele não conseguia enxergar que para ver crescer flores em suas terras era necessário arrancar os espinhos e, em seu lugar, plantar as sementes da flor que ele queria ver desabrochar. Sempre aparecia alguém tentando fazê-lo entender essa lógica, mas o homem era um pouco cego e surdo e só via e ouvia o que lhe fosse conveniente. Assim, esse homem foi vivendo, ora sangrando os dedos com os espinhos que cultivava, ora sangrando outrem com eles, até que foi ficando cansado e todos ao seu redor também. Ainda não se sabe o final dessa história, mas todo mundo torce para qu

Noite feliz

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Todo mundo que acompanha esse blog sabe que eu sou budista, praticante mesmo, questionadora da vida e dos rótulos que costumamos dar às coisas. Mas, como amante do amor como único instrumento poderoso de transformação, eu não poderia deixar de falar sobre a noite de hoje: é Natal. Por tudo que se possa dizer da data (que virou comércio, que mal é lembrada com o sentimento puro de nascimento do menino Jesus e etc), o Natal me comove como centelha da fé humana. A história do menino simples que despertou para o amor e sua condição de salvador (que, by the way, todos nós possuímos) irradia ternura e alegria pelas ruas desse mundão tão dolorido pelo esquecimento do homem. A noite de hoje, mesmo aos que não crêem, é sinônimo de família, de abraço afetuoso, de desejo de paz entre as nações, de reflexão. Dizia eu, ainda há pouco, que a verdadeira fé não separa nem distingue, tampouco posso orgulhar-me de respeitar as religiões que não pratico. Ressaltar tal respeito seria o mesmo que admitir q

Nossos homens queridos

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Alguns conceitos estão tão arraigados na nossa maneira de viver que nem nos damos conta das mudanças que vão lentamente tomando espaço na nossa cultura. Interessante que, quando a TV ou as revistas comentam as transformações comportamentais, a gente acha interessante, concorda até, mas, demora para identificá-las na própria vida. Essa ficha me caiu recentemente, esses dias. Amplamente se fala da mulher independente, autora, mantenedora, que vem conquistando espaços cada vez maiores no mercado de trabalho e na condução do país. Na via paralela, os Fantásticos da vida comentam sobre o novo homem, mais participativo na educação dos filhos, presente nas tarefas de casa, etc. Mas, quantas de nós já reconheceu esse comportamento dentro de casa ou entre os amigos? Eu mesma escrevi outro dia neste blog sobre isso, considerando que as coisas permaneciam como no tempo da vovó. O engraçado é que eu, particularmente, tenho a maior sorte em relações aos homens da minha vida (namorado, irmãos, prim

Delicadeza e alguma paciência

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Não acredito na vida "em paz" de quem vive o meio do mato, ou na solidão do Tibet. Viver em sociedade é o maior desafio de quem verdadeiramente pretende ser uma pessoa melhor, pois exige respeito não só nos confrontos, mas, pricinpalmente nas miudezas do dia-a-dia. E viver bem, além desse respeito, requer cuidado e uma boa dose de delicadeza. Nesse quesito, tratar o outro como gostamos de ser tratado é fácil e faz toda a diferença. Da minha parte, alguns detalhes costumam pesar muito no julgamento que faço do outro (eu sei, não deveria, mas é mais forte do que eu). Aqui, a idéia de levantar dicas sobre esse assunto é mais um pedido do que propriamente síndrome de Danusa: parece que o mundo ficou mais "sem noção" depois do advento internet e celular e atentar para a nova etiqueta pode ajudar um bocado as convivências. Se alguém quiser completar, é só escrever: responder e-mail: gente, respondam, respondam sempre, nem que seja apenas com um "ok"! Uma das coi

Presente para o ano inteiro

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Uma amiga veio me visitar hoje - despedida de ano é assim, a gente fica com vontade de ver todos os amigos como se dissesse "obrigada pela amizade por mais esse ano, sinto saudade, gosto tanto de você que preciso te dar um abraço" (às vezes não dá, o que me faz sentir muito). Mas, a minha amiga chegou tão quebradinha, tão chateada com um problema, que o abraço foi mais de desabafo, para só depois, então, tornar-se abraço de alívio. E eu fiquei pensando em todas as coisas pelas quais a vi passar, por quantas mais ela passará, por tudo que cada um de nós vive, tantas gotas todos os dias até virar mar transbordando, caindo em destino. § Como budista, destino é coisa estranha pra mim. Desde que Sakyamuni entendeu a vida ele fala sobre carma, lei de causa e efeito. O raio é que a gente logo pensa que carma é coisa sofrida, que merece ser paga com dor e sacrifício, assim como o destino é sempre uma fatalidade. Carma, na visão do Buda, é o conjunto de efeitos bons e maus, que tende

Filhos cósmicos

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Eu não sou astróloga, nem nada. O que conheço de cada signo é mais por observar e pelo pouco que estudei muito en passant num curso de Gnose que fiz há milhares de anos. Muito além da brincadeira que se lê nos jornais e revistas, eu acredito, sim, em combinações astrológicas. Ué, se a lua interfere nas marés, que dirá na gente, que é feito de 70% de água e muda de humor como se estala os dedos. Genericamente falando, dá para desenhar o perfil de cada signo, inclusive físico. Guardando as diferenças de tudo o que os astros permitem (como ascendente, signo lunar, equilíbrio dos elementos no mapa astral - água, terra, água e ar), dizem também que, em todo signo, tem a turma que está mais evoluída (com as características nobres mais ressaltadas) e a galera que bate mais a cabeça (caindo mais nos "defeitos" do que nas qualidades). Que me perdoem os que não concordarem com as descrições abaixo, é só uma farra para desanuviar a mente e, de novo, aqui tem só o meu próprio olhar e e

Linda Maitê

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"Quando criança, Maitê Proença nunca foi elogiada por sua beleza. Os pais, intelectuais, não falavam sobre frivolidades em casa. “Só percebi que esse negócio de ser bonita era importante quando cheguei no Rio e virei atriz”, conta a paulista. A atriz, que também virou apresentadora e escritora, lança segunda-feira, na Livraria Argumento, do Leblon, seu segundo livro: “Uma Vida Inventada — Memórias Trocadas e Outras Histórias”, romance com tintas autobiográficas em que duas personagens narram histórias separadas que se tocam e se confundem. “Quero esse jogo de pistas falsas. Se fizesse biografia clássica, não falaria sobre determinados assuntos, por pudor, por discrição”, diz. Com franqueza desconcertante, Maitê conta no livro aventuras pelo mundo — ela conhece mais de 60 países. Também dramas como o do pai, que matou a mãe dela num crime passional: “Eu tinha 12 anos quando minha mãe morreu e o mundo se desfez. Meu pai, que a matou no auge de um ódio pelo amor que sentia, foi cuida

Day by day, through the years

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Já faz um tempo que eu venho pensando sobre alguns chavões que se repetem a respeito do amor. Algumas frases vem se somando, e engraçado como a gente atrai aquilo que pensa mesmo, e aí pensa mais, atrai mais e vai se formando aquele círculo até que se ponha pra fora, pra romper e pensar em outra coisa. Pois bem, cresci ouvindo "o amor é cego" e "quem ama o feio bonito lhe parece". Outro dia, numa chamada do Brothers & Sisters, uma frase de efeito: quem você ama pode ser quem você menos conhece . Sinceramente, eu não acredito em nada disso. Não acho que o amor seja cego, nem que a gente distorce quem o outro é por conta de amar. Só é possível amar de verdade se a gente conhece, senão não é amor, é paixonite, ou, pior: dependência da grossa. É impossível que eu e o outro nos enganemos sem dar pista alguma de quem realmente somos ou queremos (por enganar eu quero dizer dourar a pílula, mostrar ser uma coisa que não é, enfeitar, e não trair ou maquinar maldosamente)

Abraçar o mundo começa pelas próprias pernas

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Uma das grandes maravilhas de fazer aniversário é que, a cada ano, a gente melhora. Verdade. Tem um coisa que acalma no peito, mesmo na mais deliciosa euforia ou quando o sofrimento chega. Acho que Shakespeare, ao dizer "isso também passará", queria justamente falar sobre viver o presente, porque tudo passa, sim, não porque as coisas acabem, mas, e principalmente, porque elas acontecem. Essa garantia de viver, dia após dia, hora a hora, construindo, renovando, lapidando mesmo, é um prazer que não se experimenta na ansiedade de quem vive fora do momento presente. Sabe aquela história de uma coisa de cada vez? Pois é, funciona. Eu tenho reparado que sempre que eu me dedico "concentradamente" a cada pedaço do meu tempo, além da coisa fluir bem e de maneira objetiva, eu produzo mais e melhor. Por pedaço de tempo quero dizer tudo o que eu preciso e quero fazer: orar, trabalhar, namorar, conversar com as pessoas, dormir. Parece que eu começo a entender o que é dedicação e

Lembranças do caminho de volta

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Eu escrevi esse post há alguns dias, entretanto, colhendo os benefícios da tecnologia Google, quando ele for publicado eu estarei longe deste computador, sentindo saudade das minhas casas (essa da vila e a do coração do meu querido). Sempre que viajo percebo o quanto gosto dos meus lugares: minha cidade, meu quarto, minha cozinha. Adoro minhas gavetas, tudo ali, guardadinho para quando eu precisar. Já repararam que em nenhuma viagem nossas coisas ficam acomodadas como em casa? Lembro que quando vivi em Boston, depois da saudade das pessoas, o que mais eu sentia falta era do calor do Brasil (esse ar quentinho sempre, acho que isso é aconchego). O Brasil inteiro tinha virado meu lar enquanto eu estava fora. Nem precisa ficar tanto tempo ausente, basta alguns dias para que reencontrar as pessoas na volta dê a sensação de encontrá-las, de novo, como se fosse a primeira vez. Tem emoção, vivacidade, coragem. Engraçado isso, mas a saudade tem esse dom mesmo: provoca rejuvenescimento nas relaç

Gema em lapidação, foi assim

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Reflexos, azulados e brilhantes e a folha branca do papel já amassado sob os meus braços dos asterismos de tua gema resultam os raios coadjuvantes do teu colo à noite protagonistas dos teus sonhos e desejos nome escolhido, com certeza herdado testemunho a transformação a gema lapidada em jóia, me arvoro ourives, me pretendo parte e sou apenas o reflexo da luz azul que ilumina minhas folhas corindon é tua raiz, tal qual a minha tua cor azulada é detalhe, somos frutos da mesma pedra ser fruto de pedra é testemunhar a história antes da História... de um lado vermelho, de um lado rubido outro azul, do outro safira nada nos cabe melhor, meu amor, nada. ( RB )

Pedaços de amor

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Watching you I'm wanting you everytime My soul seemed locked in darkeness But you brought me the light If I only knew how to do how to become part of you Sometimes, I get so lost in my mind and if I want some peace I run straight to your arms and see you leaving me is the hardest pain I can feel You go like the sun setting down Always vanish with a smile And if I ever run, I'll never have the strength to go very far how could I survive without you near me, to heal up my heart? How i wish it never ends How I wish you never run away And as I find in you my reason to beI love you more day after day But should this time ever come I hope to see you fading away With the smile you gave me once Girl you got me going insane Girl you got me going insane... ¨ Seja minha, minha sombra feita de coqueiros, corrente e brisa marinha solidão que acaba em mim sozinho minha imagem refletida Num espelho d'águas mansas e macias copa de árvore onde eu faça um ninho Min'alma cantante meu corp

Ê lê lê...

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Hoje eu participei de uma cena surreal que me tirou do sério. Estava eu aguardando, na portaria de um prédio, ser atendida pelo porteiro para liberar a minha entrada. O rapaz de 20 e poucos anos precisava recadastrar o sujeito à minha frente quando o mesmo resolveu ter um chilique. Agrediu o pobre moço verbalmente, telefonou para o escritório aonde ele teria que ir para reclamar do serviço do prédio, falou alto, se sentiu um galo. Eu fiquei indignada, completamente. E, com a voz mais calma desse mundo, chamei o dito cujo de ignorante. Com certeza, ele não esperava por isso, ficou vermelho, falou mais alto ainda, repetindo todos os insultos que já dissera. Fiz questão de esperar o responsável pelo escritório que o talzinho iria visitar, que resolveu descer para amainar os ânimos, para contar o absurdo da situação. Foi o que fiz, afinal. Entretanto, ver o porteiro tremendo pelo constrangimento pelo qual passara me deixou mais furiosa ainda e acabei dando uma de xenófoba (o sujeito era es

Estica e puxa

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Notícia do Globo.com: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobrevoou nesta quarta-feira as regiões mais atingidas pelas chuvas em Santa Catarina, onde já morreram 97 pessoas, e não 99 conforme a Defesa Civil local informara anteriormente, e destinou cerca de R$ 2 bilhões para ajudar as vítimas e a reconstrução do estado e outras regiões do país atingidas por secas e enxurradas. Triste a situação, desesperadora. Noventa e sete mortos, cidade inundada, corações desolados. Desesperançados. Impossível imaginar o que aquele povo esteja sentindo. Duvido que qualquer pessoa que olhe nos olhos dos moradores de lá consiga ficar imune àquela dor. Mas, eu acho que, apesar de tudo, a gente deve e precisa tirar uma lição daqui. Desde 1983, quando uma inundação deixou 49 mortos e quase 200.000 desabrigados, os estudiosos alertam sobre a ocupação irresponsável das planícies, o desmatamento e diversos outros fatores geoambientais. O que foi feito desde então? A região continuou sendo ocupada desorde

Murilo Rosa

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Gente, coisa mais fofa desse mundo a entrevista do Murilo Rosa à Marília Gabriela, no GNT. Qualquer hora, a gente fala desses homens tão especiais, que amam e cuidam, e são en-can-ta-do-res. E melhor: existem! Beijos

Amigos e poetas

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Ontem eu conversava com uma amiga pelo msn quando escrevi um "I know!" em resposta a uma afirmação dela. Mas, não foi um "I know" qualquer. Na minha cabeça, eu gritei um "I know" igualzinho à Monica, de Friends. Explico: eu assisto Friends há um tempão, desde que entrou no ar, em 1994, conheço trechos inteiros de vários episódios e morro de rir de verdade. O sitcom saiu do ar em 2004 e até hoje as reprises me aliviam a alma. Mesmo. Adoro as bobagens, as sacadas, sobretudo a transparência entre os seis amigos que, com todas as diferenças, construíram uma amizade tão gostosa que todo mundo pensa que é verdade (ou será que sou só eu?). Assim como em Sex in the City, Friends tem personagens bem distintos, exagerados na expressão pra gente conseguir se enxergar neles, e tudo com bom humor que é pra fazer sucesso. Eles moram em Manhattan e frequentam um café chamado Central Perk (com "e" mesmo), pertinho do prédio em que moram. Falando mais deles, vou

O coração de Hannah

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Hannah Jones tem 13 anos. Sua história andou pela mídia há bem pouco tempo, sensibilizou alguns, horrorizou outros, mas ninguém que soube da vida dela ficou impune: Hannah prefere morrer a continuar sofrendo. A menina, que nasceu na cidade de Marden - Inglaterra, teve leucemia aos 4 anos. Passou por 12 cirurgias e incontáveis sessões de quimioterapia. A leucemia cedeu, mas os tratamentos abriram um buraco no coração de Hanna, que funciona mal desde então e pode parar a qualquer momento. Se a menina recebesse um coração novo, correria o risco de desenvolver leucemia novamente, como conseqüência dos remédios usados para evitar a rejeição ao órgão transplantado. Em pouco anos, precisaria de um segundo transplante. Foi, então, que Hanna reinvidicou o direito de não ter o coração transplantado, pois prefere morrer em paz com a família. A partir dessa decisão, muitas teorias, conceitos e belos textos foram escritos. "Hannah está sem esperança", "deprimida", "não acre

Que príncipe que nada

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Eu me lembro da primeira vez que percebi o sentimento, o mais diferente de todos, que me fez despertar para a adolescência. Eu tinha 11, 12 anos e gostava de um menino da minha classe, da mesma idade, super-bonitinho. O engraçado é que eu falava com todo mundo, mas morria de vergonha dele e ficava muda quando o guri aparecia. Ô tempo bom... rs Naquela época, a gente até falava de namorado, amor, beijo, mas tudo era só "uma coisinha de nada", quase uma brincadeira, embora a meninada já sofresse, e escrevia no diário, fazia hora na porta da escola. Lembro do primeiro beijo, tão estranha a descoberta, mal sabia eu que aquilo seria o fim da tranquilidade dos meus patins. Não sei se eu achava que aquele menino seria o meu príncipe, meu namorado e tudo mais. Mas, de lá para cá, a memória me é bem clara e o príncipe nunca me apeteceu. Para falar a verdade, se eu fosse a Branca de Neve, namoraria mesmo era o guarda que lhe poupou a vida no meio da floresta... já começou o "rela

Tchau, Vó

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A gente enfrenta muitas perdas na vida. A primeira, eu acho, é a perda do conforto do útero, embora, pela memória tão inconsciente dessa idade, não sei se conta. Depois, a vida entra numa gangorra de ganha-e-perde sem fim: aprende a andar, perde o colo; perde o 1º dente, ganha a 1ª fantasia (a fada dos dentes, lembram?); perde a inocência do Papai Noel, ganha a linha direta para pedir o presente ao pai. Todas essas são perdas que, de uma forma ou de outra, nos enriquecem, pois trazem sempre a contrapartida do crescimento, da maturidade. Tem uma perda, entretanto, que não tem riqueza alguma, não traz alegria pois nunca haverá ganho algum depois. Trata-se da perda, pela morte, de um ente querido. Eu perdi a minha avó ontem. Na verdade, nós fomos perdendo-a nos últimos 10 anos, com toda a falta de saúde dela, com a distância, com as ausências. Acho que é aí que a morte me assusta tanto: quando eu, definitivamente, perco toda e qualquer chance de fazer alguma coisa, conquistar, conviver,

Amor-próprio ou recompensa?

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Há uns bons anos, eu disse a alguém que eu me presenteava sempre (toda semana) porque eu merecia. Afinal, eram tantas as obrigações, tantos os compromissos que era justo que eu comprasse alguns mimos para mim mesma. Na época, essa pessoa questionou a minha justificativa argumentando irritantemente (pelo menos, foi o que eu senti no então). De lá para cá, eu andei observando muito as motivações que norteavam meu consumo, e achei triste quando, ainda ontem, uma amiga comentava de uma conhecida comum e seu desequilíbrio na shopping-terapia. Imediatamente, eu me peguei pensando na diferença entre cuidar de si e tentar recompensar-se por todas as agruras a que a gente mesmo se impõe (por medo, preguiça, e mil outras razões). Esses conceitos são puramente devaneios da minha cabeça, mas acho que vale a pena parar um tiquinho para tentar encontrar alguma verdade nessa história. Para mim, cuidar de si tem a ver com tratar da saúde (toda: física, mental, espiritual), cultivar o amor e as amizade

Rodablog - Porções que se misturam

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O que uma consersa despretenciosa não é capaz de fazer, não é? Pois bem, estava eu conversando com um amigo blogueiro quando ele me contou o quanto escrever tem lhe feito bem. Aí, quando brinquei "vamos fazer o encontro dos blogueiros", ele foi logo topando! Incentivou mesmo! Agora, eu já estou pensando em como fazer isso, como divulgar, qual a intenção, cenário, periodicidade, enfim, pirei com a idéia. Logo eu, que quase não gosto de eventos mesmo... rs, ainda mais desse gênero. Já até pensei no nome: Rodablog (surgiu assim do nada, facinho, facinho). Tem muito literatura boa nos blogs, me surpreendo muitas vezes lendo alguém como se eu própria tivesse escrito aquilo. É super-bacana ver que tem muito neurônio funcionando, tentando se expressar e conseguindo com o custo de receber críticas não lá muito construtivas. Mas, tudo tem um preço, e, vamos combinar, quem critica para destruir não merece crédito, não... o negócio é deletar e bola pra frente. Outro dia, recebi um come

Monstro da palha

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Gente, vocês precisam assistir a esse vídeo do Cocoricó! É a coisa mais fofa desse mundo! E, para não perder o hábito, eu fiquei reparando no tal do Monstro da Palha, coitado. O Astolfo morrendo de medo, viajando na maionese, enquanto o tal do monstro não faz nada. Pois é, nada! Nem fala o bichinho! Só fica lá, atrás do porquinho. Se o Astolfo olhasse pra ele, veria que nem é feio nem nada, é só uma coisa! Isso sem falar na letra da música. Coisa linda. Igualzinho a gente quando tenta imaginar o futuro. No final, o porquinho consegue o que quer após muito sofrimento (à toa, porque nada acontece de fato), fica rouco, uma tragédia. O interessante é que ele termina assim: "a gente é porquinho mas já sabe se virar". Uma graça. "Já sabe se virar..." Assistam ao vídeo, please, please, please. Não há como não sorrir, como não se encantar. Aliás, obrigada Gabi, obrigada Rodrigo. Ambos enviaram coisas lindas para "a manhã cinzenta de segunda-feira". A letra da músi

Chistes necessários

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Ai, gente, tem hora que é preciso apelar. Buscar por aí a graça que uma segunda-feira cinzenta não tem, ainda mais quando a semana já começa com poucas horas de sono. Resolvi fazer uma pausa "light", remexendo em cabeças alheias só para distrair. Fucei no blog do meu amigo Fabrício, que fala hoje sobre o MAU (assim mesmo, em letras maiúsculas) na internet. O assunto é sério, exige proliferação, mas o que eu queria era uma novidade boa, divertida. No hall de blogs amigos do meu amigo, eu encontrei "Uma dama não comenta" e ri sozinha. Super-leve, bem-humorado, blog bacaninha de verdade. Esse é o tipo de exercício que tem me feito um bem danado, principalmente em tempos como esse, com uma notícia pior do que a outra na TV, no jornal, nas Curitibas da vida. Respirar fundo, olhar pela janela, ouvir música boa, falar com alguém sem comentar de trabalho, almoçar em outra vizinhança. Caminhar por ruas novas, reparar nas casas, sentir como São Paulo é grande e a gente dá con

Cuidar do que importa

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Tem gente que nos faz um bem danado, não é? Ficar perto delas extrai nossa porção melhor, faz a gente ver o que quer da vida, ajuda a definir até aquilo que não queremos mais. Estou falando isso porque tive uma semana bem cheia, nem tempo para escrever nesse blog querido eu consegui, mas foi uma das minhas melhores semanas desse ano, graças a essas pessoas. Pra começar, após alguns contatos tímidos nos últimos 2 meses, eu (re)encontrei uma parte da família que eu não conhecia. Essa aproximação me fez lembrar do meu primeiro post, o Nascimento da Gema: " É assim que dá saudade, uma saudade danada das pessoas queridas que são minhas raízes, mãe, irmãos, sobrinhos (gente, são 4!) e também daquelas pessoas que não pude conhecer porque o mundão é grande e o povo se espalha. Tem, ainda, aquele galho da árvore genealógica que se perdeu, não por morte morrida, mas por morte do descuido. Essa é a pior morte: quando não faz tanta falta assim, ou, pelo menos, a gente acha que não ". Não

O importante é perguntar

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Pois é, gente, não tem jeito: blog é intimista mesmo. Ando por aí, visitando endereços que falam de cinema, política, moda, etc, mas, no final das contas, o que cada um quer mesmo é dar sua opinião, dar voz àquilo que normalmente a gente nem fala, sei lá eu porquê. É tão bom conversar, não é? Essa semana eu falei e ouvi um bocado, até papo pra lá de profundo como a existência de Deus rolou. Confesso que foi a prosa que mais me impressionou, dada a delicadeza do tema e a delicadeza madura de quem conversava. É bonito sentir o respeito que se dá e recebe numa hora dessas. Que a vida é arte e engenharia a gente nem precisa falar. Peixes, flores, cabritos, terra, água, céu: "só" isso já seria suficiente para fazer ulular qualquer criatura. Para piorar um tanto mais, a gente ainda tem a humanidade. Aí, pronto! Como se não bastasse pensar e criar, a gente ainda carrega sentimentos, guarda lembranças (onde???), tem memória pra tudo (cheiro, fisionomia, tato, sabor). E sonha! Como é

Falta muito?

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Amanhã é feriado, sábado e domingo, Ano Novo É dia de festa, de saudade, tudo de novo Pode chover, pode gear Cair o mundo Pode a terra até tremer E vai tremer Amanhã é dia de amor Reencontro, comemoração, aniversário Deixa a manhã chegar A tarde cair, a hora derramar O mundo todo vai silenciar A banda vai parar pra assistir o tempo parar E assim, feito adolescente apaixonada, Eu vou tentando rimas, buscando palavras Sabendo que feliz é encontrar sem combinar mesmo O teu abraço de pastor Tuas mãos de senhor Teu peito de amor E a tua boca de vampiro Amanhã é dia 30 de outubro Feriado E estaremos fechados em nós Esquecidos do mundo Falta muito para chegar amanhã?