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Mostrando postagens de novembro, 2009

91,25

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Eu ia começar escrevendo que essa foi uma semana atípica. Desisti: todas as semanas de 2009 foram! Também foram curtas demais para dar conta de tudo que eu queria e extremamente longas para tantos desatinos e emoção. Semanas com noites dormidas de um jeito e acordadas de outro. Manhãs certas e tardes nem tanto, e vice-versa. Tem uma frase do filme Uma mente brilhante que diz "a convicção é um luxo para quem está de fora". É isso mesmo. Então, já que o atípico perdeu sentido, vamos às divagações de praxe. A YellowA, minha querida empresa, ganhou um cliente novo. Trata-se de um fabricante de produtos eróticos, bem diferente dos demais, tenho que dizer. O interessante foi que, enquanto via o dono da empresa me apresentar alguns produtos, me pus a pensar: como é bom dedicar tempo ao ritual da sedução. E acho que a sedução eficiente é a que começa em si e funciona em si, pensada pra si mas dedicada a quem se ama. O banho, a textura das espumas, os tecidos, os gestos: lindo quando

Centro

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Minha amiga Sílvia me enviou hoje. Achou que parecia com meus pensamentos dessa semana. Eu achei lindo. Obrigada, Síl. Beijos, bom final de semana. Centro “Seria o tempo e o espaço um ciclo? Sendo assim, em qualquer ponto da roda do tempo o passado é futuro, o futuro é passado. E o presente um encontro dos dois, quando tudo está contido em um momento singular e infinito chamado agora. Esse lugar é o coração da nossa consciência onde simplesmente observamos tudo que acontece ao redor, sem julgamento ou desejo de corrigir o que estamos vendo. Assim como o centro da roda fica imóvel, enquanto tudo gira ao redor dela, é retornando ao centro na nossa consciência e sendo serenos que nos permite ver a verdade.” Mike George, Return to the Centre, Clear Thinking, 23/08/09

Divina jóia

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Quando iniciei esse blog, há quase 1 ano e meio, quando ele ganhou o nome de Gema em Lapidação (e foi até outro dia, né?) eu criei um box dedicado ao luxo. Por muitos meses, durante todo o início do Gema, meus maiores e mais frequentes luxos foram o tempo e o silêncio. Ainda gosto do silêncio, mas agora chamaria de "ausência de barulho", ausência de ruído, principalmente o interno, aquela coisinha chata que fica nhem-nhem-nhem o tempo inteiro. Quanto ao tempo... bom, esse ainda é meu grande luxo, meu maior desejo, meu sonho de consumo eterno. É muito triste e frustrante não ter esse bem para desfrutar com quem se ama, para descobrir sensações, para dançar junto, cozinhar, compartilhar, dormir. Descobrir. Redescobrir. Ter tempo para se apaixonar, para se entregar, desarmar-se, sorrir. Tempo para a vida, para não se arrepender, tempo para construir, tempo para ter tempo. E o bonito do tempo, que todo mundo sabe e disse brilhantemente Victor Hugo, é que "o tempo não só cura

Borboletas reais

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Passei o dia me perguntando sobre mim mesma, no quanto quero (e preciso) mudar tanta coisa em mim, minha falta de santidade, meu excesso de humanidade (com todos os defeitos, fragilidades e possível sensibilidade imbutidos nisso). No final da tarde ouvi uma pessoa que reforçou esse sentimento, e pensei: puxa, porque não sou assim como essa mulher que me conta essa história? Cheguei perto de desejar ser outra coisa, tamanha minha introspecção. Questionei minha naturalidade, o jeito normalmente simples, a falta de pose, o lidar com o outro igual. Não seduzo com hora marcada nem de caso pensado. Será que isso deveria mudar? Esse "salto alto" é necessário sempre, é necessário "mais"? Deveria eu mexer mais no cabelo, lançar o olhar 43 o tempo inteiro, rebolar, o quê? Fingir requinte, simular quem não sou para garantir qualquer coisa (por quanto tempo e por que mesmo?)? Mas, aí, como anjos existem, recebi um comentário lindo no meu post "Borboletas na alma" (a g

Borboletas na alma

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Estou terminando tudo por aqui para assistir "Borboletas na alma". O filme europeu ainda não chegou ao Brasil, talvez nem chegue, mas ouvi dizer que é lindo, emocionante. E já decidi: hoje, quero chorar muito de emoção! Já ouvi falar em borboletas no estômago, e fiquei pensando que sentir borboletas na alma deve ser muito mais gigante, certamente a coisa mais deliciosa desse mundo. Parece melhor do que felicidade, me remete para um sentimento maior até do que o próprio amor. E, sendo assim, deve ser uma plenitude maior do que eu jamais imaginei. Tudo isso porque alguém me disse "você é muito pequena para carregar tanta coisa", e eu respondi sorrindo "quer me ajudar?". A resposta foi o Borboletas na Alma. Bonito, né? Amanhã eu conto como foi o filme, quem sabe a gente não se contagia e começa a transmitir "borboletas" um para o outro? Aproveitando, olha que bonito esse trecho do Caio Fernando Abreu: "Tenho uma parte que acredita em finais fel

Deixa passar

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Pois é, o Gema mudou de nome. Não que a idéia da lapidação tenha perdido sentido, mas cansei da marca, comecei a achar pretenciosa, antiga e quis mudar. Coisas antigas devem ficar onde moram: no passado e, sabe de uma coisa?, o passado não volta. Minha amiga Gil falava hoje, durante um evento de trabalho, que sentiu saudades de uma época da vida enquanto assistia a uma palestra. Eu disse a ela que saudade a gente sente até de ex-marido que não funciona mais. E a gente sente saudade porque só lembra da parte boa, esquecendo o que não servia mais e desencadeou a ruptura. Se pensar direito, ou tentar reviver aquela história, verá que é em vão tentar ressuscitar: o que morreu deve ser enterrado. Algo para voltar deve renascer, não sobreviver à sombra do que foi um dia. Parece triste e pesado o que digo, eu sei, mas não é, não. É final de ano, logo 2010 bate à nossa porta e, sinceramente, 2009 precisa ficar em 2009. Carregar bagagem pra quê, santabenedita? Feliz ano novo pra todos amanhã, d

Amigas: mais sobre as fêmeas

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Amizade daquelas que todo mundo fala, para todos os momentos, para o que der e vier, etc é coisa rara, mas, acho que pra isso tem família (que, digam o que for, é para tudo) e o marido/ a mulher. De resto, amizade pode ser de todas as formas, desde que leal, que tá valendo. Amizade só de bar, amizade para estudar, amizade para chorar as pitangas, amizade para gargalhar: o que vale é reconhecer o tipo e não cobrar o que cada um não pode dar (pelo menos não até que possa). Especificamente falando da amizade entre mulheres, existem alguns mitos chatos. Dizem que mulher é invejosa, competitiva, falsa, e por aí vai. Quando eu era criança, tive lá minhas amiguinhas, coisa de escola e brincar de bicicleta. Acho que a gente não tem muita noção nessa fase. Na adolescência a coisa complicou bastante: foi difícil mesmo ter uma turma de amigas. Começa a fase dos namoricos e, de fato, era uma ou outra que se mantinha por perto. Existia, sim, uma ciumeira e era por coisa tão boba! Acho que cresci a

Sutilezas divinas

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Todo mundo já sabe que sou taurina. Digo isso sempre porque combina demais comigo tudo o que se diz sobre o meu signo. Não foi à toa que escolhi nascer sob essa marca, achei fofo essa história de comer bem, preguicinha, lealdade, segurança (e outras cositas mais) e decidi: vou nascer taurina e pronto! Pois bem, na categoria “comer bem”, boa mesa é uma das maiores delícias da minha vida: em casa ou não, comida boa faz bem ao meu humor, me dá conforto, força e ânimo. Sempre fui suscetível ao paladar, ao cheiro, toque, e, principalmente, ao olhar. A audição e o mental (aff) também, mas esses dois ficam pra depois ;-) Bom, isso pra contar que os florais brasileiros que minha amiga Sílvia preparou pra mim têm me feito um bem danado. Usei florais de Bach por 5 anos seguidos, há algum tempo. Lembro que sempre gostei, mas acho que tem coisa diferente nos florais de Joel Aleixo. Talvez o jeito de prescrever, as cartas, o fato de eu confiar tanto na amiga-terapeuta e também meu próprio amadureci

Faço, logo existo

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Outro dia eu comentava que meu maior desejo é tirar minhas verdades do discurso e praticá-las na vida real, no dia-a-dia. Isso quer dizer deixar que pregar o respeito quase como uma utopia e lembrar-me dele quando estiver irritada ou nervosa com alguém, por exemplo. Também quer dizer esquecer as belas palavras sobre sustentabilidade e agir efetivamente, dando exemplos sem nem mesmo perceber. Falar de amor, sim (porque é uma delícia!), mas principalmente esbanjá-lo diariamente sobre meus afetos profundos. Sorrir para a moça do caixa não porque eu "lembrei" que isso faz bem pra todo mundo, mas porque a empatia fluiu sincera. Quantas coisas assim podem sair no pensamento para ganhar vida nos gestos? Incontáveis... i-n-c-o-n-t-á-v-e-i-s. Isso é provocar uma mudança pura, não uma burocracia politicamente correta (se é que polílica e correto podem estar juntas na mesma frase. O correto seria "impolítico". Enfim.). Fico ouvindo o povo encher a garganta para levantar bandei

Mais do mito da fêmea

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Bicho que se culpa tem título: mulher. Penso nisso desde ontem por conta de um acontecimento que deveria ter sido simples pra mim, mas não foi. Depois da "revolução feminista", o que a gente mais ouve é: mulher tem culpa quando sai pra trabalhar e deixa o filho em casa, quando vai se cuidar e deixa a família, quando isso, quando aquilo, culpa, culpa, culpa. Isso é tão verdadeiro que toda amiga minha que "consegue" sair para tomar um chopp vai logo se justificando "preciso de um tempo para mim", "conquistei essa liberdade", "eles precisam entender", e por aí vai. Que chato, né? Na minha vida inteira, só ouvi coisa parecida de um único homem, quando falava do próprio filho. E essa culpa vem de onde? É do tempo em que mulher só ficava em casa ou da maneira como nossos hormônios são e pronto? É defeito ou qualidade? E olha que não precisa ser mãe para ter o instinto: eu me cobro quando me ausento, me cobro pela distância, me recrimino pela

Pecados da fêmea

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Minha amiga Gil sugeriu, outro dia, o tema "pecadinhos" e eu acabei acrescentando algumas lendas também, depois de uma conversa interessantíssima com o universo masculino. Um pouco do assunto anda logo abaixo, aguardando a sua opinião e alguma sugestão. Depois me conta o que foi que você achou ;) Da seção "pecadinhos", escolhi dois mais recentes: o que fazer depois de uma noite dormida com maquiagem? Esfregar o rosto na manhã seguinte resolve? Não, sequer esfoliação é indicado, já que a esfoliação provoca oleosidade. Mulherada, o negócio é limpar e hidratar. Só. Ah, e evitar que aconteça de novo, faz mal mesmo. Ainda nos pecados, a segunda situação é a seguinte: semana inteira de academia e dieta X uma noitada de bebida e fritura. E então? Jejum no outro dia? Não, cara pálida... super-alimentação saudável, sim, e atividade física para queimar a gordura "gorda". Agora, as lendas (e essas são boas). A brasileira sempre foi famosa pelo bumbum farto, certo? E

Vida de amores

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A maioria das pessoas, e aqui eu me incluo com extrema facilidade, tem o amor como termômetro. Nada tem a mesma importância: se a mãe, o filho, o marido ou qualquer outra pessoa amada padece de alguma dor, o coração da gente já se inquieta. O mesmo vale para aqueles dias em que, por algum motivo, a relação em casa ficou estremecida enquanto a gente sai para trabalhar. O trabalho não rende tão bem, a hora na academia parece infinita, o ida ao supermercado parece coisa de alienígena. Nem o mundo de gente caminhando ao lado parece fazer muito sentido. Em contrapartida, como é deliciosa essa rotina toda quando tudo em casa está na santa paz! Eu acredito mesmo que amores, além da evidente função de cuidar do viço da vida, serve para aliviar nossas tensões e somar aquelas alegrias que nos fazer rir sozinhos muitas vezes. É por isso que amar torna a vida tão mais leve: a gente tem certeza que conta com a ajuda, e sabe da preocupação, da dedicação, do afeto que permeia pra além de qualquer vín

Tomorrow never knows

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Eu fiquei pensando sobre essa expressão "amanhã nunca se sabe" e, como todo bom taurino, fiquei intranquila com a impossibilidade de me divertir com o incerto. Eu sei, isso é bobagem, já que de nada adianta tentar controlar o futuro. Ainda bem, diz baixinho meu senso de vida. Que tortura, reclama meu pé no chão. Ontem, durante uma reunião, foi falado que para lidar com o imprevisto só mesmo uma força imprevista. Totalmente de acordo: eu e o mundo inteiro de coisas vivas sabemos e vivemos à base do inconstante, do caos, e conhecemos igualmente um poder advindo sabe-se lá de onde. É fato que o ser humano teme a mudança. É fato que qualquer movimento diferente demanda um novo pensar, uma nova postura, uma mecânica nova. A questão que sobra é até que ponto minha disposição e coragem têm força para caminhar. Até que ponto minha vontade de conhecer uma vida sonhada têm fôlego para garantir a sua realização. No final das contas, tanto a disposição quanto a coragem e o fôlego se resu

A biboca da parafuseta

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Um amigo facebookou ainda há pouco a famigerada questão entre ser feliz e ter razão. Confesso que isso me cansa um pouco, pois parece sempre que quem escolhe ser feliz opta por fechar os olhos para um tanto de coisa importante em detrimento... do que mesmo? Hoje, durante o almoço, eu dizia que, depois de tantos anos levantando questões e "discutindo verdades" em terapia e etc, eu simplesmente cansei. Ara ara, a vida pode ser tão mais gostosa quando tá todo mundo disposto, não é? Por isso, perdi a paciência para quem faz doce, enrola, fica difícil, inacessível em seu "pensamento profundo". Aff, que preguiça pra tudo isso. Ando gostando cada vez mais de quem agrega, junta, compartilha, mistura. Exclusão e isolamento, pra mim, virou coisa de gente muito pouca, que morre de medo de dar e faltar para si. E olha que disso eu posso falar sem pudor algum, eu mesma já fui de me isolar um bocado. Ainda bem que, mesmo com o medo todo, eu fui lá e entendi que dar só aumenta o q

Sem os anéis

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Mil anos depois, estou eu aqui de volta, morrendo de saudade. Completamente instalada na casa nova (êêêê...), exausta, feliz, ainda aguardo o dia em que os pedreiros me deixarão sem pó ou distrações deles próprios. Esse dia há de chegar :) Enquanto isso, fiquei pensando na minha nova ajudante e em seu marido que ontem, amigavel e prontamente, se ofereceram para ajudar em um tanto de coisas que faltava para concluir o processo de mudança. Sou observadora, não tem jeito. Nem posso chamar isso de vício ou hábito: é da minha natureza e pronto, não preciso explicar, simplesmente acontece. Pois eu vi nesse casal uma educação, gente, um refinamento que pouco vejo por aí. Normalmente, a gente classifica de educado quem fala baixo, diz "por favor", "obrigado" e pede licença. Tem a turma que acredita que educação é coisa que vem com o conhecimento, a literatura, a cultura geral. Acho isso não. A educação pura, diria até a verdadeira, que me impressionou neles foi a natural. D