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Mostrando postagens de novembro, 2010

Paul, moço bonito

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Do show de 1993, eu lembrava de um Paul simpático, bem humorado e, claro, dono de uma musicalidade impecável. Ontem, talvez porque eu própria estivesse mais emocionada e feliz, eu conheci um Paul doce, romântico, como se naquele estádio com mais 64 mil pessoas, ele estivesse na sala de casa, tocando e cantando entre amigos. Paul foi pontual, entrou no palco às 9 e meia. Ele foi o espetáculo por 3 horas ininterruptas: não parou um minuto, nem sob a desculpa de trocar de roupa ou beber água. Foram 3 horas leves e alegres que passaram como minutos. Nenhum efeito pirotécnico para desviar a atenção (a única exceção foram os parcos fogos em "Live and Let Die): o show era o Paul e sua fantástica banda (com louros à parte para o baterista Abe Laboriel Jr.). Aos 68 anos, Paul tem a disposição e encantamento com todo o profissionalismo do mundo. Paul nasceu para a música e para o público. Em alguns momentos, eu tive a nítida impressão de estar vendo o mesmo jovem dos anos 60, com o mesmo so

Os idos de uma mente em movimento

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Eu nunca fui uma pessoa que suspira pelo passado. Vez por outra ouço alguém desejando voltar no tempo, ser criança outra vez, adolescente, ter 20 anos. Acho esquisito, sempre achei. Até outro dia, eu traduzia minha falta de nostalgia como bloqueio psicológico, um artifício racional que me protegia sabe-se lá do quê. Era nada. A minha falta de apego ao passado é bem mais otimista do que eu podia imaginar. Foi numa manhã dessas, nas raras em que pude acordar absolutamente sem pressa, que me bateu uma profunda gratidão pelo que sinto e tenho na vida: paz, amor, alegria, saúde, oportunidades, esperança. Jamais desisti, mesmo nos maiores cansaços, mesmo quando eu achava que conseguiria desistir. Nunca consegui, sempre continuei. Mesmo quando eu andava quase parando, havia alguma evolução em alguma coisa. Decisão difícil, essa de jamais desistir, acho que a mais difícil ever. Mas, sem ela, a gente para num caminho confuso, sem eira nem beira, sem motivo e sem reação, bem a mercê de uma coi

Cuidar de si e do futuro

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"Não existe atalho". Essa frase, lida enquanto eu folheava o livro do Michael Jordan, me fez concordar: não existe mesmo. Ansiosos como somos, queremos mais é pegar o caminho mais curto pra tudo na vida, mas não há milagre. Se cortarmos o caminho para evitar alguma coisa ou para chegar mais rápido, a vida vem e nos devolve ao nosso tempo: aprende, filho, aprende senão você não passa pra outra lição. É claro que às vezes, em situações muito, muito difíceis, a gente fica exaurido demais e prefere pular uma página como se isso fosse fazer pular a dor também. É bem provável que, por uma breve fase, o sofrimento seja anestesiado e, no auge da nossa miopia, consideremos que fizemos a melhor escolha. Entretanto, enquanto a nossa memória é frágil, a memória da vida é implacável, tanto para o bom quanto para o nem tanto. Esses atalhos que buscamos normalmente são frutos da razão a que nos impomos, como se racionalizar completamente uma situação fosse nos prevenir de erros. É por isso