Minudências


A semana acaba depois de dias bons e cheios. Hoje, particularmente, foi um dia fantástico, mas saí de casa às 8 e meia da manhã, o que, para mim, é cedo demais. Apesar de acordar às 7, não gosto de sair antes das 9. Esse é uma das minhas pequenas e irritantes manias - irritantes e entediantes - mas, que nem atrapalham tanto quando isoladas. O problema é quando elas se juntam na TPM, aí nem eu me aguento.

Minha mais recente mania é o Twitter, a-m-e-i a ferramenta. Serve para comunicar, divulgar, blogar instantânea e resumidamente, encontrar profissionais bacanas e descobrir notícias antes que a maioria. Gostei tanto que indiquei para tudo quanto é assessor de imprensa, jornalista e afins. Tem gente que ainda resiste, mas é só porque não entendeu a função da coisa ainda. Se a Bandeirantes e a Cosmopolitan usam, quem sou eu para ignorar, né?

Inexplicavelmente, apesar das manias serem alguma espécie de método benéfico, a rotina me aborrece sobremaneira (na mesma medida em que me assegura de que a vida tem ritmo e curso). Eu sou estranha mesmo, já entendi essa parte.

Em compensação, não tenho aqueeeeles vícios que machucam tanto: não fumo, não uso drogas ilícitas, não sou alcóolica nem assassina, não bato em vovozinhas, não roubo, não jogo lixo na rua, nem desrespeito conscientemente ninguém. Por isso, até, na balança das causas, eu acabo me dando o direito de pequenos deslizes, como se, para me redimir da mesmice do correto, eu julgasse que posso tomar um banho mais demorado ou deixar uma lâmpada acesa quase sempre pela casa (não gosto de escuros, a não ser para dormir).

Nunca assisti novelas, mas confesso que, desde que Dona Beija passou a ser reprisada, tenho acompanhado sempre que posso. Adoro histórias de cortesãs (sempre tão intensas e apaixonadas) e gosto demais da Maitê Proença (seu livro Vidas Inventadas foi uma das coisas mais sensíveis que li na vida, outro dia farei disso um tema). Eu sou assim mesmo: quando gosto, GOSTO! E gostarei para sempre, a menos que um raio caia sobre o objeto de tanto gostar.

E é assim que ouço muitas músicas há anos e amo demais cada uma delas. Macy Gray me acompanha há bem 10 anos, adoro Damien Rice incansavelmente com a mesma canção e corro com Pump it há milênios. Sou até meio previsível, mas às vezes fico enjoada, também. Aí, eu dou uma volta, respiro outra praia, olho outra paisagem. Só não faço isso com o coração: esse não. Esse é decidido, fiel, leal, apaixonado. Canino mesmo.

No final das contas, e pensando bem, meus pequenos vícios desenham alguma disciplina que me é bem útil: talvez, sem eles, eu não soubesse para onde ir, nem por onde começar, nem em por quais bandas seguir. Como diz Clarice Lispector, "sou a mesma sempre, mas não serei a mesma para sempre".

Bom, agora vou-me embora para Pasárgada, pois lá sou amiga do rei*. Bom final de semana, um beijo.


* Manuel Bandeira

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