Sonhos (im)possíveis?
Já reparou como nunca imaginamos que algo extraordinário acontecerá em nossas vidas, nem de ruim, nem de bom demais? Nunca nenhum acidente grave (por isso somos tão descuidados em alguns detalhes: filho pequeno no banco da frente do carro, cigarro, excesso de comida, falta de gentileza, e por aí vai), nem sorte grande na loteria. A tragédia só acontece com o vizinho. E é dele a grama mais verde também. É assim porque preferimos mais do mesmo a arriscar um vendaval que só os deuses sabem onde vai dar. Administrar o nosso feijão-com-arroz é mais seguro; as coisas já estão, male-male, no controle. Nos condicionamos a ficar cada vez melhores em evitar que a vida nos surpreenda: fazemos exatamente as mesmas coisas todos os dias, mantemos os mesmo hábitos, os mesmo gestos, a mesma postura, para garantir os mesmos resultados, mesmo que seja para lamentar depois (vai entender). Outro dia, eu me perguntei o por quê do povo sonhar tanto acordado como se o sonho fosse coisa do além. Se repararmo...