O real está perto


Bom, já que a onda é gerar polêmica ou, pelo menos, falar de coisas que ninguém gosta, vou aproveitar. Mas, é bom que fique registrado que eu não tenho coração de pedra, nem sou anti-solidária. Não é isso, não. Quem me conhece sabe que, na verdade, acredito na responsabilidade de cada um e que, principalmente, devemos assumir as escolhas que fazemos em todos os níveis. Por falar em escolhas, ontem, durante um almoço de trabalho, eu falei justamente isso: vivemos à mercê das nossas.

Acho triste, sim, o acidente do Massa. Uma pena, mesmo. Assim como triste é o sumiço daquele brasileiro pelo mundão da África. Mas, gente, vamos combinar, tanto um quanto o outro sabiam dos riscos da opção que fizeram.

Dá medo tocar nessa ferida porque o brasileiro é um sujeito que adora lamentar a sorte alheia, como se isso tornasse a sua própria um pouco melhor. Quando a coisa acontece com gente "rica" ou famosa, então, o povo se redime da miséria, debulhado em lágrimas genuínas.

A gente tem, sim, que ficar chocado, preocupado, etc. Mas, povo, clemilson augusto, tem gente ao nosso lado precisando muito mais da nossa solidariedade. Já pensou em quantas pessoas esperam a mesma consideração e a gente nem percebe?

Quantas crianças, quantos idosos, quantos pais de família, simplesmente abandonados à própria sorte porque ninguém liga? A gente nem se impressiona mais quando vê alguém dormindo na rua com esse frio todo! Tá, eles também fizeram as suas escolhas, mas com muito menos oportunidades, nenhum empenho social, zero de torcida.

Entre lamentar o acidente do Massa e chorar pelo menino que fuma crack para interromper a fome, eu já fiz a minha escolha. E a minha escolha é: enxergar a verdade que importa e ajudar ao meu redor. E não pela televisão.

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