A caminhada Parte II


Eu sempre fui curiosa com essa história de vida, destino, carma, etc. Estudei um bocado algumas religiões, frequentei Gnose um tempão, fiz terapia junguiana, Path Work (**), meditação, me reconheci budista e comecei psicanálise.

Sou adepta há 13 anos da corrida, já joguei tênis, nadei muito, adoro bike. Minhas procuras por respostas são as mais diversas, procuro na mente e no corpo, minha curiosidade nunca passou. Deve estar na minha genética: sou filha de geminiana, aquele signo cheio de inquietação, indisciplina e natural inconformismo. Além, claro, de ter Aquário (ô coisinha que pensa) no meu ascendente e Escorpião (bicho profundo) na minha lua. Para completar, Sol em Touro, que não desiste nunca.

Algumas dessas vertentes de estudo dizem que todos nós nascemos completos, iluminados e perfeitos. E que, ao crescer fisicamente, vamos decrescendo espiritual e emocionalmente. A grande busca é, portanto, o caminho de volta, unir as pontas da serpente (boca e cauda), encaixar o coração no lugar da alma, resgatar a confiança, banhar-se até a brancura de Omo.

Foi hoje que me dei conta de que todo esse meu trabalho é porque eu acredito plenamente nisso e quero voltar. Quero chegar na minha casa, ao meu centro, àquela paz que advém do descanso merecido. A gente corre tanto, vive tão preocupado com a chuva, o calor excessivo, o lixo, o barulho, o vizinho, o Lindenberg, que até se esquece que o propósito dessa vida é abraçar, deitar a cabeça no peito de quem se ama, conversar, tomar suco, andar no parque.

Eu sei que tem gente pensando que, dessa vez, eu pirei no romantismo, mas não é verdade. Basta ligar a TV e ver 10.000 pessoas no enterro de uma desconhecida para ter certeza de que o povo perdeu o rumo (fiquei abismada ontem quando vi no telejornal uma pessoa querendo fotografar o caixão da garota Eloá. Gente, o que é isso???). O que eu digo, solamente, é que é preciso parar com esse conformismo disfarçado de frenesi, a resignação travestida de tumulto, esse barulho, essa carroça vazia, e voltar ao que interessa na vida, caminhar na trilha que importa.

Não existe lugar pior do que a metade, mas tem muita gente se acostumando com 1/5 mesmo. Dá menos trabalho, pelo menos por enquanto. Depois... ah, deixa depois para depois.

Se engana quem pensa que há lamento no meu discurso. É só uma bandeira, gente, um compromisso de chafurdar sempre, no amor e na dor, como se diz por aí.

"Here is my song for the asking
Ask me and I will play
So sweetly, I’ll make you smile
This is my tune for the taking
Take it, donÂ’t turn away
I’ve been waiting all my life
Thinking it over
I’ve been sad
Thinking it over
I’d be more glad
To change my ways for the asking
Ask me I will play
All the love that I hold inside"

(Song for the asking - Simon & Garfunkel)

** Pathwork é uma disciplina espiritual contemporânea que visa o auto-conhecimento, ensina a auto responsabilidade e busca a transformação pessoal em todos os níveis de consciência. Seu objetivo é nos alinhar com nossa Essência Divina, como meio de acessar o poder, a sabedoria e o amor que são nossa real natureza.

O material do Pathwork, representado por palestras sistematizadas por Eva Pierrakos, ao longo de mais de 20 anos, tem um forte conteúdo psicológico e não mantém nenhum vínculo com qualquer seita ou religião. (http://www.pathworksp.com.br/)


Comentários

Anônimo disse…
moça,

esse post e aquele da chapeuzinho vermelho são os melhores que vc já escreveu nesse blog.

onde é que vc guarda tudo isso, pq é que vc nunca falou essas coisas? vc tem razão, precisamos ter mais tempo para as conversas...

bjão, apareça!
Anônimo disse…
oi, foi a primeira vez que entrei no seu blog, gostei muito vou voltar sempre.
um beijo

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