Voa e aceita
Falava eu outro dia sobre aceitação dentro de um contexto bem específico. O engraçado foi que, só então, entendi quanta coisa eu própria havia assimilado sem fazer uso desse termo. Acho que quando a gente usa "aceitação" tem medo de parecer resignado "e puro" demais. Mas, não é assim, não.
Quando alguma coisa se resolve bem e honestamente, a gente nem se preocupa em rotular. A coisa vai banhando como aquele Frascati que a minha amiga Gil adora e me ensinou a gostar também: devagar, lentamente e, quando a gente vê, já está embriagada do jeito mais gostoso que existe. É a embriaguês feliz, leve, de quem não tem obrigações depois do almoço e pode continuar ali com as amigas, bebendo, conversando, rindo.
Aceitar serve para um monte de coisas: aceitar o tempo que passa e a gente não dá conta de tudo mesmo, aceitar a pinta no ombro, o cabelo com mais ou menos volume, as dificuldades, o jeito de ser (que é muito bom quase sempre), o ritmo diferente, o olhar.
Aceitar também, e principalmente, vale para o outro (porque ele só reflete aquilo que nós somos e queremos conosco, no final das contas): aí, aquilo que antes era um "defeito" vira um ítem de fabricação e pronto. É mais feliz viver assim, mas, sinceramente, quando esse estágio se instala é como olhar do alto de uma montanha: enquanto se sobe, mal se percebe o caminho, tamanha preocupação em respirar e superar. Quando se chega lá é UAU.
Eu podia escrever páginas e páginas sobre o assunto, que é bem bom. Mas, eu estou light demais, tranquila demais, feliz demais para elocubrar tanto.
Um beijo, uma deliciosa noite de quarta-feira. Pra todo mundo. Pra sempre. Será que é pedir demais? ;-)
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