Desapegar ou valorizar?
Li em algum lugar que é preciso treinar o desapego. Assunto complicado e difícil, principalmente para quem precisou se acostumar demais às perdas. Pois é, o grande problema com o tal do desapego é que ele, frequentemente, é associado a essa palavrinha dolorosa: perda. Talvez a diferença esteja na semântica e não no conteúdo da palavra. Bora ver. Vamos imaginar que você tenha trabalhado muito arduamente para comprar um carro e que precise dele para trabalhar e dar mais conforto à família. Tá, é um bem material e deveríamos estar acima dessas coisas. Bobagem. Grandessíssima bobagem. Vivemos num mundo em que rejeitar a matéria como bem faz tão mal quanto ser escravo dela. Continuemos: você foi lá e comprou o carro. E aí, só porque ouviu dizer que ter apego a esse bichinho que quis tanto é sinal de mediocridade, você não sofre quanto lhe roubam, é isso? Numa outra situação, você, depois de muito tempo batendo a cabeça, encontrou um grande amor, daqueles que valem a pena o investimento. Par...