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A piora da cura: a jornada da ética brasileira

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Existem alguns ditos populares que são muito inteligentes e facilmente visíveis na prática. Quando alguém está doente e tem uma piora repentina se diz que é a "piora da cura". Depois desse pico da doença, realmente se verifica que o paciente melhora e fica "bom". O contrário também se diz: quando um paciente internado em estado muito ruim melhora de repente, a preocupação aumenta... "é a melhora da morte". Assim vejo a atual situação do Brasil: estamos, a cada dia que passa, caindo no poço mais e mais profundo da sujeira política, mas creio que esse período servirá para nos curar, ou, pelo menos, nos trazer a reflexão necessária para o início da "melhora" política. Entretanto, para que tenhamos uma verdadeira transformação devemos mergulhar na autoavaliação e observar nosso próprio comportamento. Será que somos tão éticos assim? Será que ao comprar uma carteirinha de estudante falsa, só para pagar meia-entrada no cinema, não nos faz corruptos

Mãe é verbo

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Sempre que ouvia falar em amor incondicional de mãe eu pensava "amor é amor; de mãe é um amor maior, só isso". Na minha santa ignorância eu não entendia, e não podia entender, esse gigante chamado "amor incondicional". Nenhuma mulher antes de ser mãe consegue entender o que é amor incondicional. E poucos, pouquíssimos homens são capazes de entender também. Pois bem, minha filha nasceu há 8 meses e chegou varrendo tudo o que eu pensava saber sobre amor. Varrendo, não; trouxe mesmo foi um furacão. E me arrebatou com algumas verdades simples, me ensinou que necessário de verdade é amor e bagunçou fundo meu coração cheio das influências hormonais, perplexo e inundado de uma vontade enorme de proteger aquele serzinho indefeso. Esqueci o que sabia sobre olhares gentis. Nenhum olhar consegue ser mais doce do que um olhar de mãe. Nenhum carinho, nenhum gesto contém mais cuidado do que o de uma mãe. O medo é grande, sempre, a coragem também. A culpa, ah... a culpa! Cu

Carta para uma filha

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Poucos homens são capazes de tamanha demonstração de amor. Eu tive sorte de casar com um deles e tê-lo escolhido para ser pai da minha filha. Com muito amor e muita gratidão, nós ganhamos da vida essa princezinha. Texto original no blog do meu marido, amor, amigo, companheiro de todas as horas:  http://bit.ly/1kP2Ntt Carta para uma filha Mariana, minha filha, Nada neste universo jamais será capaz de superar a maravilha que é ver a vida se manifestar, em qualquer de suas formas. independente do tempo, do lugar ou das circunstâncias onde ela venha a florescer. Acreditar no poder transformador que toda nova vida tem é essencial à própria natureza humana, às suas esperanças, aos seus sonhos. E isso se torna algo muito mais forte quando esta nova vida se manifesta na forma da sua própria filha. É por isso, Mariana, que ter recebido você na minha vida e na vida da Acácia é um presente que palavras não são capazes de descrever. Jamais conseguiremos expressar a felicidade de t

É muito blá blá blá

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Às vezes, eu abro o Facebook pela manhã e já me dá um cansaço. É muita opinião formada sobre tudo, quase sempre sem aprofundamento e sem prática: muita gente escreve a frase bonita que copiou de algum lugar, mas sequer refletiu sobre ela e, se refletiu, sequer pensa em praticá-la na própria vida (muitas vezes, ela acha que a frase é perfeita para o OUTRO!). Recentemente, uma dessas frases foi a do Gabriel Garcia Marques, grande escritor, quem sou eu para constestar a genialidade dele. A frase é boa, e jamais saberemos o que, de fato, ele quis dizer (e nem precisamos porque a interpretação é de quem lê e ponto). Mas é aí que mora o perigo... ler "A vida não é o que a gente viveu, e sim a que a gente recorda, e como recorda para contá-la" pode ser um bálsamo de ilusão para quem adora uma zona de acomodação. Tem gente que adora escrever que "o silêncio é a melhor resposta", como se isso fosse resolver alguma situação. Não resolve. Mesmo. O que resolve é o diálo

O lugar do passado

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Não me lembro bem se foi na Forbes ou na Exame que li uma matéria falando sobre "ano sabático". A matéria contava casos de pessoas, de diversas idades que decidiram mudar a vida e, por não saber direito o que fazer, decidiram sair por aí pra ver no que ia dar. Pelo que me recordo, todas as histórias tiveram como trampolim a vida profissional, o que faz sentido, já que estamos falando de revistas voltadas a empresários. Mas fiquei eu pensando que muita gente acaba tirando um ano sabático por questões pessoais, mesmo sem ter isso bem definido, sem que isso seja um objetivo, apenas desliga o botão daquilo que fazia antes e vai fazer sei lá o que. Me lembrei que eu própria tirei um período sabático após uma forte decisão na minha vida pessoal. Não foi um ano, foram três, com respingos no quarto e último ano. Eu iniciei, objetivamente, o ano de 2005 com a intenção de espairecer, fazer algo completamente diferente na vida, entrar num ambiente novo, me "distrair" e

Com o futuro no olhar

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Uma homenagem feminina ao tempo, que faz a vida maior Há algumas semanas soube que estou grávida, provavelmente de uma menina. O que pode parecer muito comum para a maioria das mulheres, pois é um sonho e um desejo para quase todas, para mim foi, e tem sido, uma grande descoberta, uma vida, de fato, nova, que antes eu nunca havia imaginado para mim. A gravidez é o símbolo maior de feminilidade, muito embora  eu sempre tenha acreditado que nem toda mãe é, por natureza, uma mulher plenamente realizada somente porque pariu outro ser. Na minha opinião, a maioria das mulheres tem filhos sem ao menos pensar direito no que é isso, apesar do discurso fácil ser o mesmo: "é a melhor coisa do mundo". Foi em abril de 2013, mês do meu aniversário, que me perguntei o que eu e o meu marido faríamos com todas as experiências que tivemos e temos, com todos os valores que construímos, com as descobertas sobre a vida que conquistamos a cada segundo, a cada dia. Para quem contaríamos

Retalho humano

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Nada me encanta mais do que ouvir histórias de vida. E, quanto mais o tempo passa, quanto mais histórias eu ouço, mais eu me convenço das nossas semelhanças nas escolhas, nos medos e sonhos. Somos todos gêmeos em essência, essa é a lição da vida. E para aprendê-la com primazia há que se atravessar um mundo de dificuldades, treinar a humildade, o vínculo e o desapego, a empatia e o humanismo. Nunca se vive o suficiente para aprender tudo. Algumas religiões até nos acalentam, pregando a vida após a morte, existência após existência, como se isso nos tornasse melhores no dia a dia, que é onde realmente importa e o que promove nossa "evolução". Pelo pouquíssimo que sei e vivi até hoje, não acredito que estejamos evoluindo como seres humanos. Há 5 mil anos desejamos a imortalidade e o poder e muitos de nós continua fazendo qualquer coisa para satisfazer essa necessidade. O vazio por desconhecer a origem e o porquê da vida, e por não termos as respostas que julgamos precisar